Ano novo, Covid-19 e vacina para todos
Neste começo de um novo ano, quem lembra do calendário sinistro dessa pandemia causada pelo coronavírus? De Wuhan, em novembro de 2019, vieram as notícias dos primeiros casos da Covid-19. Mas, a China está no outro lado do mundo e tínhamos as festas de Natal e fim de ano. Então, a gente pensou que a […]
Neste começo de um novo ano, quem lembra do calendário sinistro dessa pandemia causada pelo coronavírus? De Wuhan, em novembro de 2019, vieram as notícias dos primeiros casos da Covid-19.
Mas, a China está no outro lado do mundo e tínhamos as festas de Natal e fim de ano. Então, a gente pensou que a Covid, ainda desconhecida pela ciência, era problema dos chineses. Afinal, se eles gostam de pangolim e de outras iguarias da culinária exótica, que enfrentassem e vencessem a epidemia causada pelo novo e misterioso vírus.
Depois, no final de janeiro de 2020, foi a notícia do coronavírus desembarcado na França, provavelmente nas asas de um avião de carreira, lotado de turistas. E a epidemia se alastrou pelo continente europeu, o tenebroso vírus escolhendo os idosos como opção preferencial de suas garras asfixiantes.
Mas, nós, brasileiros, em plena temporada de férias – sinônimo de sol, praia, prazer lúdico e festa sem parar – como iríamos nos preocupar com a ameaça de um inimigo contagioso, letal é verdade, que ainda estava no outro lado do Atlântico? E quem poderia garantir que chegaria também ao Brasil?
Chegou fevereiro e a Covid tinha se instalado nos pulmões dos brasileiros. Mas, neste país do carnaval, mesmo com o estado de emergência decretado, continuar a festa era preciso. E a folia de momo rolou de norte a sul nesse país abençoado por Deus, como quer o verso do cancioneiro popular, que parece não chegar aos céus, muito menos ao ouvido divino. Neste tempo de pós-modernidade, Deus prefere deixar o problema da doença com a ciência médica.
Veio março e, a cada mês, mais notícias de brasileiros infectados e mortos pelo coronavírus. E a pandemia, tingida com as cores da política a serviço do interesse de governantes sem compromisso com a saúde do povo, tomou conta desta nação dividida entre isolacionistas e negacionistas. Então, chegamos ao final do tenebroso ano de 2020 e a Covid-19 continua mais intensa e até mais forte.
Mas, cansados do isolamento ou porque fim de ano é tempo de festa, de reunião de familiares e amigos, poucos escutaram a voz da razão e da ciência médica, que aconselha ao afastamento social. Como enxames, multidões deixaram o isolamento doméstico para congestionar as ruas, as praças e a orla marítima; para lotar restaurantes e festas em locais abertos ou fechados porque essa gente festiva, essa espécie de homo ludicus imagina que diversão é direito fundamental.
E, assim, tudo indica que, neste começo de 2021, a Covid continuará nos ameaçando, nos infectando e causando ainda mais mortes. Mas, estou confiante porque já existe vacina, eficaz e segura, capaz de erradicar esse terrível coronavírus da face da terra.
Assim, cheio de esperança, desejo aos meus estimados leitores os melhores de votos de um Novo Ano com muita paz e muita saúde.