Sérgio Sebold

Economista e professor independente - sergiosebold@omunicipio.com.br

Já temos jogatina demais

Sérgio Sebold

Economista e professor independente - sergiosebold@omunicipio.com.br

Já temos jogatina demais

Sérgio Sebold

Novamente está sendo levantada a bandeira da implantação do jogo de azar (de sorte nada tem) no Brasil, através de grupos ligados a vozes da esquerda, com um buquê de flores de simpatia para tirar o Brasil do atoleiro econômico que se meteu.

A falácia é encantadora: aumento de empregos, aumento de impostos, localização em lugares remotos de baixa renda… O que está por detrás desse engodo nada é divulgado. Dando exemplos de diversos países que os tem, como se fosse um conto de fada: “Vejam Las Vegas, Atlantic City, Cingapura, até o vizinho Uruguai”. Mas em todos os lugares está por trás uma máfia obscura e silenciosa, onde o crime, a extorsão, a corrupção, as drogas, a prostituição rolam soltas.

Políticos ingênuos, sem caráter, sem qualquer substância moral e ética estão levantando esta bandeira junto ao Congresso Nacional. Como mestres na arte da política falaciosa fazem alegações estapafúrdias de mais empregos e impostos; palavras saborosas para o paladar de qualquer governo.

Esquecem que o dinheiro investido em estruturas de jogo gera um mínimo de empregos, se comparados com o dinheiro deixado pelos incautos, estes na esperança de levantar uma “bolada” como no conto de fada. Neste sonho, muitos tiram o último trocado do bolso, deixando a família na miséria e na fome. Quem entra na miséria não compra não consome a produção honrada. Não havendo compradores provoca o desemprego. Logo o jogo em cassino não está com essa bola toda.

Infelizmente a mídia televisiva tem canais exclusivos para TV jogatina que a mais de trinta anos explora obtendo lucros astronômicos, criando fantasias, história de felicidades repentinas, regados a confetes, purpurinas, muita luz, mulheres insinuantes, para um punhado de sortudos entre milhões de trouxas; tudo explorado pelo lado lúdico da fraqueza humana por um futuro incerto e inesperado. Lá está a nirvana.

A experiência tem demonstrado que 80% das pessoas que acertaram nos jogos oficiais acabaram se autodestruindo, muitos voltando ao estado tão ou mais miserável que antes.

Os sete pecados capitais identificam os vícios dos seres humanos, que vem desde sua entrada neste planeta. A manifestação mais frequente dessa fraqueza, ou fragilidade se revela pelo alcoolismo, drogas, tabagismo… são difíceis de tirar, mesmo afetando a saúde do individuo.

Já o viciado no jogo (o ludopata) é diferente, está instalado na mente. Para o ludopata é quase impossível de se controlar, semelhante a compulsão de compras, do sexo…do poder. O jogo através dos anos tem destruído famílias inteiras; levado por apostas perdem tudo que conquistaram durante a vida; muitas delas vão da depressão ao suicídio. Além da família acabam perdendo amigos, emprego, terminando na miséria, na dependência dos filhos.

Moral da história: “melhor gerar emprego pelo PIB, do que “empregos” pela indústria do jogo”.

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