Herbert Pastor

Empresário - herbertpastor@omunicipio.com.br

O cataclisma do Centro

Herbert Pastor

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O cataclisma do Centro

Herbert Pastor

A imprensa nos trouxe a boa nova de que em breve a administração municipal daria o seu aval à construção de quatro novas pontes na cidade, com o objetivo maior de otimizar a nossa massacrada mobilidade urbana.

A notícia não deixou de causar um considerável impacto nos 134 mil brusquenses que, ainda sensíveis e cautelosos quando se fala de pontes, não hesitaram em formar, de imediato, lulistas e bolsonaristas de mãos dadas, uma corrente de pensamento positivo, para garantir que a empresa vencedora da licitação fosse reconhecidamente “top”  em cálculos de engenharia.

Concomitantemente, nos chega a notícia de que Zane Marcos, diretora de Cultura do município, alimenta o plano de dotar Brusque com um Museu de Arte Contemporânea, não de imediato e possivelmente com recursos federais. Corajosa, a moça.

Não poderíamos deixar passar esta forte mas momentânea lufada de pioneirismo que no momento envolve a cidade, sem lembrar a quem compete de que lá na Volta Grande se encontra, esquecido e abandonado, o “Complexo Chico Wehmuth”, parido para acomodar num espaço amplo, mais confortável e apropriado, os megaeventos como a Fenajeep e o Brusque Motorcycle, além de poupar aos milhares de judiados cidadãos que habitam as cercanias do pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof as avalanches humanas e hecatombes sonoras que se abatem, sistematicamente, nos finais de semana  sôbre a área aos pés do hotel Monthez.

 Há dias a região viu-se brindada com o Brusque Motorcycle, festival de motoqueiros, o que trocado em miúdos, representou dias e noites de bate estacas, entremeadas de roncos de motores e gritos de DJ que, além de animar os participantes do evento, conseguiu fazer acontecer um forte ranger de dentes em centenas de leitos na cidade. Conta-se que, numa recente noitada de Rock’n`Roll no Centro de Eventos, alguns leitos do renomado hotel adjacente tremeram tanto que um hóspede quase caiu da cama.

Aqui cabe a pergunta: se a “Lei do Silêncio”, que veda toda e qualquer poluição sonora entre as 22h e 8h é válida também para eventos promovidos pelo poder público?

A turma do Jeep já se anunciou e deve fazer acontecer a Fenajeep de 15 a 19 de junho no pavilhão. Soube-se que os organizadores se mostraram mais do que interessados em instalar-se no Complexo Chico Wehmuth, tendo desistido pela falta de infraestrutura do local, inclusive falta de energia elétrica.

Almejamos e torcemos para que o senhor prefeito, por ora com as burras abarrotadas com a grana das pontes, consiga dar uma beliscada neste opulento orçamento para financiar os postes que deverão iluminar o Complexo Chico Wehmuth, tornando-o atraente para futuros eventos e restabelecendo uma certa  e merecida tranquilidade para os arredores do controvertido Centro de Eventos.

Não me sai da cabeça a ideia de que esse Centro de Eventos, restaurado e adaptado para um Centro de Congressos, com palco, auditório, cabines de tradução simultânea, pequenas salas de reunião e cafeteria seria o local ideal para congressos nacionais e internacionais, para lotar nossos hotéis, restaurantes e comércio.

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