Havan divulga planos para o complexo da Schlösser
Empresa negocia implantação de universidade e outras dezenas de empreendimentos na área adquirida da companhia industrial
Empresa negocia implantação de universidade e outras dezenas de empreendimentos na área adquirida da companhia industrial
Desde que o Grupo Havan adquiriu o imóvel onde fica a sede da Companhia Industrial Schlösser, os brusquenses têm se perguntado o que acontecerá com o local que, por décadas, foi um polo do setor têxtil.
Nesta reportagem, o jornal O Município revela com exclusividade os planos do empresário Luciano Hang, dono da Havan, para o complexo, que terá mais de 40 mil metros de área construída, com duas mil vagas de estacionamento.
A ideia do empresário é implantar, no local, que fica na avenida Getúlio Vargas, no Centro 2, um grande centro empresarial, que englobe diversos serviços, como um teatro, um ginásio de esportes, escritórios para empresas e, o maior dos empreendimentos, a implantação de uma universidade.
Segundo Hang, há negociações em andamento para implantação de uma unidade da Uniasselvi no local. O projeto, aliás, foi desenhado com a universidade nas plantas e maquetes.
Porém, se o acordo não for selado, a área não ficará desocupada. “Se a Uniasselvi não vier, vamos atrás de uma grande universidade brasileira para trazer para a cidade”, conclui Hang, o qual afirma que uma universidade naquele local serviria não apenas para os brusquenses, mas para estudantes de todas as cidades da região.
“Queremos que a cidade seja um polo de tecnologia, de educação e de cultura”, afirma.
O complexo já recebe obras. Inicialmente, a Havan está restaurando as áreas degradadas, removendo as pichações de parte de estrutura e refazendo a pintura. Na estrutura atual, a casa que pertenceu a Hugo Schlösser, datada de meados de 1940, será preservada. Ao seu lado, será construído um grande teatro, conforme o projeto apresentado pela Havan.
Outras dezenas de empreendimentos também devem renovar o local. O projeto contempla escritórios de tecnologia, que já manifestaram interesse em ocupar a área, assim como escritórios de coworking (escritórios compartilhados), e empresas que atuam nas áreas de internet e tecnologia da informação.
A intenção de Hang é de que o complexo vá além da área da Schlösser e ocupe praticamente toda a quadra, até a avenida Primeiro de Maio, onde está planejado um novo acesso. Próximo da via, por exemplo, está previsto um ginásio de esportes.
O empresário buscou inspiração em diversas fontes. Uma delas é o Sesc Pompeia, um centro cultural de São Paulo, construído a partir da estrutura original de uma antiga fábrica de tambores da década de 1930.
A primeira parte da unidade foi inaugurada em 1982. O centro de cultura e lazer conta com teatro, quadras esportivas, piscina, espaços de exposições, restaurante e choperia, que fazem jus à frequência intensa, de 1,25 milhão de pessoas a cada ano.
Em Brusque, a ideia é semelhante. O local irá abrigar espaços de gastronomia, cafés, empórios, cervejaria, entre outros empreendimentos.
As ruas no interior da fábrica serão mantidas, e as fachadas dos imóveis que as cercam serão descascadas, deixando tijolos à vista, em estilo semelhante ao utilizado no empreendimento paulista. O empresário pretende que esta área se torne uma referência para a região.
“Temos sonhado em fazer deste lugar um negócio não só para o brusquense, mas que pessoas de outras cidades venham para Brusque visitar”, explica o empresário.
“Queremos reinventar a nossa cidade, que o brusquense tenha orgulho de ter esse empreendimento, como ele tem orgulho de ter a Havan”, ressalta.
Hang afirma, ainda, que seu objetivo, com a criação deste centro empresarial, é atrair cada vez mais turistas para Brusque. Ele relembra o fato de, três anos atrás, ter se manifestado contra a implantação de radares pela prefeitura.
“Temos que atrair os turistas para gastarem em nossa cidade, e não para saírem chateados daqui”, diz. “Queremos que a cidade se expanda, temos que ter ambientes que as pessoas venham da região, de cidades vizinhas para cá”.