Grupo de dança Alle Tanzen Zusammen promove tradições germânicas em Guabiruba há 25 anos

Equipe comemorou aniversário no último dia 22 e relembra momentos de sua história

Grupo de dança Alle Tanzen Zusammen promove tradições germânicas em Guabiruba há 25 anos

Equipe comemorou aniversário no último dia 22 e relembra momentos de sua história

A cultura germânica é bastante presente na região, e em Guabiruba não poderia ser diferente. O grupo de dança folclórica alemã Alle Tanzen Zusammen comemorou, no último dia 22, seus 25 anos de atividade no município. São mais de duas décadas de história e de valorização das tradições dos antepassados que colonizaram e se estabeleceram na cidade.

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O grupo começou quando o município de Guabiruba ficou responsável por uma apresentação em um evento catequético em Brusque: os professores catequistas se reuniram e organizaram coreografias de danças folclóricas e, desde então, os convites para se apresentar em outros eventos não pararam mais. Após essa primeira apresentação, em 22 de agosto de 1993, o grupo foi convidado para fazer o lançamento oficial da Festa Nacional do Marreco, a Fenarreco, naquele mesmo ano.

A Prefeitura de Brusque chamou o grupo para acompanhar a realeza da festa em outras ocasiões e, no ano seguinte, a equipe participou da abertura do carnaval de Laguna. No início, faziam danças alemãs, mas nem sempre com músicas típicas, e montavam as próprias coreografias. Com o passar do tempo, o grupo foi se profissionalizando, com a participação em cursos de dança com professores da Alemanha e a aprendizagem de novas danças.

Grupo fez o lançamento oficial da Fenarreco de 1993 | Arquivo Pessoal

O grupo já se apresentou também na Alemanha, quando participaram do aniversário de Karlsdorf, cidade co-irmã de Guabiruba. “Era um sonho de todos os integrantes”, diz Siegel.

Ele relembra a participação na abertura do carnaval de Laguna, em 1994: “Naquele tempo, a gente nem sabia que estava fazendo folclore. Todos éramos muito jovens, tínhamos nossos 17, 18 anos. O grupo iniciou e passou a dar certo, nós nos reuníamos para alegrar as pessoas”.

Hoje, são mais de 50 danças que fazem parte do repertório. Fabiano Siegel, um dos integrantes – e também um dos membros fundadores – conta que participou de diversos cursos no município de Gramado (RS): “Os cursos duram uma semana, participei durante oito anos dessas atividades”.

“Estamos levando o folclore mais a sério desde 2003, quando começamos a focar nas danças e músicas típicas alemãs”, comenta Siegel. O grupo, inclusive, realizou sua primeira apresentação no dia em que é comemorado o Dia do Folclore. Uma coincidência que é motivo de orgulho e razão para continuar se dedicando aos costumes típicos dos antepassados alemães.

Atualmente, quinze casais fazem parte da equipe, que realiza ensaios semanais todas as quartas-feiras. Por enquanto, há apenas o grupo de dança de adultos, mas Gilmar Celva, um dos responsáveis pela organização dos ensaios, afirma que existe a pretensão de criar um grupo infantil.

“Percebemos interesse das crianças. Muitos dos casais que participam têm filhos, e eles vêm aos ensaios, ajudam de várias formas. Os mais pequenos ainda não, mas os que são maiores, com 7, 8 anos, gostam e, em breve, devem estar dançando também.”

Repertório variado
O nome do grupo significa, literalmente, “Todos dançam juntos” e, por isso, em suas apresentações, há sempre um momento interativo, em que os dançarinos convidam a plateia para aprender alguns passos. É a chamada “dança da integração”, em que tiram os espectadores para dançar.

“As pessoas no início ficam um pouco receosas, têm um pouco de medo, mas depois todos gostam”, diz Siegel. “É muito fácil e divertido. Principalmente quem não conhece as danças se admira com a facilidade dos passos, e nós ensinamos um pouco do folclore alemão nesse contato com a dança, com os nossos trajes.”

Celva conta que todas as danças são originárias da Alemanha e da região do Tirol. “Tentamos renovar nosso repertório todo ano, integrantes do grupo buscam cursos em outras cidades para conhecer novas danças com professores alemães.” Segundo ele, há coreografias simples, como a dança da integração, e também algumas que exigem alto nível de concentração dos dançarinos, com movimentos que mudam muito durante a música.

São cerca de dez músicas ensaiadas e apresentadas durante o ano, até para diversificar os ensaios, como comenta Siegel. Dentre os participantes do grupo, há quem esteja envolvido desde a fundação, e também integrantes que começaram a participar dos ensaios há poucos anos.

Além da profissionalização nas danças, o grupo também passou a investir mais nos trajes utilizados nas apresentações. “No início era tudo bem amador, tivemos ajuda das comunidades, dos clubes de senhoras que costuravam e confeccionaram nossos primeiros trajes. Se estivesse ‘um pouco típico’, estava bom”, lembra Celva.

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O traje atual, que foi confeccionado pela primeira vez em 2006, foi todo baseado em pesquisas para saber como eram as roupas típicas utilizadas pelos antepassados dos dançarinos, e foram feitos por pessoas especializadas na confecção de trajes típicos. O que o grupo usa é o Gutach, da cidade de Gutachtal (na região de Schwarzwald, do Estado Baden- Würtemberg), de onde migraram grande parte das pessoas que colonizaram Guabiruba. “Esse traje ainda é usado na região, principalmente em acontecimentos da comunidade, festas típicas e outros eventos”, diz Celva.

Na Koloniefest, em 1993, com os primeiros trajes utilizados | Arquivo Pessoal

Manutenção da cultura
Para comemorar seus 25 anos, o grupo está preparando um livro contando a história do Alle Tanzen Zusammen. “É um livro de fotos das nossas apresentações, viagens e momentos marcantes da nossa história, que valoriza as pessoas que passaram pelo grupo e faz um apanhado geral destes 25 anos”, diz Siegel.

De acordo com Celva, o lançamento ainda não tem data marcada, mas deve ocorrer nos próximos meses. “É um trabalho para entrar em contato com a nossa história”, diz.

Além disso, o grupo está também pleiteando um espaço no terreno público que a Prefeitura de Guabiruba está dividindo entre entidades municipais. “Entramos com a Associação Artístico Cultural São Pedro (AACSP). Nossa vontade é ter uma sede e fazer uma Casa de Cultura Alemã, que tenha espaço para nossos ensaios, um curso de língua alemã, que possamos trabalhar com as crianças. Nossa preocupação é manter essa cultura”, finaliza Siegel.

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