Furtos, assédios e agressões: comerciantes questionam segurança em torno de mercado no Santa Rita

Mais de 40 ocorrências foram registradas neste ano

Furtos, assédios e agressões: comerciantes questionam segurança em torno de mercado no Santa Rita

Mais de 40 ocorrências foram registradas neste ano

Comércios ao entorno do Komprão, no bairro Santa Rita, em Brusque, reclamam constantemente dos problemas causados por pessoas que se abrigam nas proximidades. Funcionários do mercado mencionam casos de furto, agressões e até de alojamento dentro do estabelecimento.

Moradores e trabalhadores que passam próximo do local encontram pessoas se “abrigando” na entrada da ponte do trabalhador. Entretanto, o convívio com o comércio das proximidades tem gerado incômodo na vizinhança.

Vitor Souza/O Município

Funcionários do mercado relatam que, diversas vezes por semana, pessoas que pertencem ao grupo cometem furtos e incomodam clientes.

Assédio aos clientes e funcionários

Os trabalhadores mencionam que clientes, assim que saem do estabelecimento, são abordados e seguidos até seus carros pelos autores, que pedem dinheiro ou algum outro tipo de ajuda.

Semanas atrás, uma mulher foi assaltada ao sair de um dos banheiros do supermercado, que fica localizado do lado de fora. Um homem a abordou e roubou seu celular.

A vítima do assalto trabalha no mercado. Ela contou ao jornal O Município que o fato aconteceu no domingo, 16. Ela havia recém fechado a loja para almoçar, quando decidiu ir ao banheiro.

Ela então saiu do refeitório, localizado nos fundos do mercado, e viu um homem de bicicleta, mas sem suspeitar de nada. “Nisso ele se aproximou e pegou meu celular”.

Ela reagiu e entrou em luta corporal com o autor, que conseguiu fugir. Momentos depois, outra pessoa conseguiu recuperar o telefone e entregou de volta a ela.

A vítima menciona que não sabe como a outra pessoa conseguiu recuperar o celular. E que um terceiro homem disse aos policiais que a bicicleta usada pelo autor do furto pertencia a ele, ou seja, também havia sido “furtada”.

A funcionária não sabe dizer se o autor e os outros homens envolvidos neste caso estão em situação de rua.

Reclamação dos funcionários

“Teve um dia que ele incomodou tanto – dentro do estabelecimento – que chamamos a polícia”, disse uma funcionária que atua no mercado, sobre um homem que a todo momento entrava no espaço do estabelecimento.

“Quando ele escutou falando com a polícia, ele veio pra cima”, relata a funcionária. Após isso, seu marido foi até o homem e o tirou da loja. Em seguida, o homem voltou armado com um facão e acompanhado de uma outra pessoa. “Tivemos que ficar dentro do mercado até ele se acalmar para poder ir embora”.

Em nota, o Grupo Koch se manifestou em defesa de seus clientes, funcionários e colaboradores. Confira:

O Grupo Koch preza pela total segurança dos seus clientes, colaboradores e fornecedores. Por isso, funcionários da unidade do Komprão em Brusque têm acionado a Polícia Militar quando clientes relatam abordagens agressivas por pedintes nos arredores da loja.
O Grupo Koch está aberto a dialogar com a prefeitura e demais representantes do poder público de Brusque para contribuir na busca por melhorias na segurança local, sempre buscando participar ativamente do desenvolvimento das comunidades onde está inserido.”

Fora do mercado

Além das reclamações feitas por funcionários do mercado, estabelecimentos próximos da região também afirmam estar incomodados com alguns casos envolvendo pessoas que ficam próximas ao local.

A maioria dos comerciantes diz que trata o grupo com respeito e da melhor maneira possível para evitar futuras retaliações e danos em seus estabelecimentos. E que não é somente na entrada da ponte ou no espaço do mercado que eles se abrigam, mas também nas fachadas de lojas vizinhas.

Pessoas em situação de rua dormindo do lado de fora do Komprão. Foto: Divulgação

Número de ocorrências

De acordo com a Polícia Militar, o número de ocorrências originárias na região próxima ao mercado, desde o começo de 2023, chega a 42. No mês de janeiro, 15 ocorrências foram geradas na localidade, quase o triplo de casos registrados nos outros meses.

No mês de fevereiro, a PM foi acionada em apenas quatro ocorrências. Em março, seis; abril, três; maio, cinco; e junho, três. Neste mês de julho, até o momento foram gerados seis registros.

Entre os 42 chamados, os principais motivos estão na seguinte ordem: averiguação de pessoas em atitude suspeita, brigas, perturbação, apoio à Assistência Social e furto.

O major Márcio, do 18º Batalhão de Polícia Militar, confirma que as equipes policiais são acionadas para atuar em ocorrências na região, mas que não há registros de ocorrências graves no local.

Apoio da Assistência Social

“Fazemos uma atividade junto com a Secretaria de Assistência Social quando somos solicitados para acompanhar alguns casos em que há necessidade do apoio da Policia Militar nas abordagens da Secretaria”, diz o major. Mas também aponta que parte da população contribui com o aumento do número de pessoas em situação de rua por causa das doações de esmolas.

O major reforça que o serviço da Assistência Social oferece possibilidades para que as pessoas nestas condições possam sair da situação de rua, mas que muitos preferem viver desta forma por não precisarem seguir as normas protocoladas pela entidade.

De qualquer forma, Márcio ressalta que a PM atende as ocorrências quando são geradas por alguém que se sente perturbado ou situações de crime em geral. Mas diz que também é uma situação complicada. “O cidadão está ali, abordamos ele, e não consta nada de ilícito, não tem mandado de prisão, e ele ta ali sentado. Não há o que a gente fazer, não podemos retirá-los à força”, conta.


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