Frascos de vacina da Covid-19 podem apresentar variação na quantidade de doses
Vigilância em Saúde de Brusque aponta que seringa específica possibilita melhor uso do conteúdo
Vigilância em Saúde de Brusque aponta que seringa específica possibilita melhor uso do conteúdo
A Vigilância em Saúde de Brusque esclarece que cada frasco de vacina pode ter variação da quantidade de mililitros do imunizante, sendo para mais ou para menos. Quando a variação é para mais, há possibilidade da dose extra por frasco.
Um leitor entrou em contato com o jornal O Município e relatou que ao tomar a vacina da Pfizer, questionou a enfermeira sobre quantas doses rende um frasco do imunizante. Segundo o morador de Brusque, que prefere não ser identificado, a enfermeira disse que o frasco rendia sete doses da vacina. No entanto, a bula do imunizante recomenda seis doses por vidro.
“Há uma porcentagem para preencher os chamados espaços mortos das seringas. Não é regra que todos os frascos tenham sete doses, mas eventualmente pode acontecer”, explica Ariane Fischer, diretora da Vigilância em Saúde de Brusque.
Segundo ela, o imunizante da Pfizer é fornecido junto com o diluente (soro fisiológico 0,9% – 1,8 ml) e a seringa, de 1ml. Dessa forma, é possível aproveitar melhor cada conteúdo dos frascos. Os demais fabricantes de vacinas não fornecem a seringa.
Ariane explica que eventualmente é possível conseguir mais de uma dose no frasco, mas que tudo depende da seringa, do embolo e espaço morto que ela tem. A diretora diz que seria necessário uma seringa muito específica para não ficar resíduo.
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A diretora esclarece que recebeu um parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre as ampolas da CoronaVac. Cada frasco do imunizante rende de nove a dez doses.
No documento enviado às Vigilâncias Sanitárias Estaduais, Distrital e Municipais, a agência reguladora explica sobre queixas técnicas referente a redução do volume na vacina CoronaVac. Cada vidro tinha 6,2ml, sendo que o volume foi reduzido para 5,7ml.
“No início de março, o Instituto Butantan realizou alteração no volume de enchimento do frasco para 5,7 ml, com uma tolerância de +/- 0,2 ml, representando uma faixa de 5,5 a 5,9 ml. Contudo, tal redução não necessariamente representa um desvio no produto”, aponta.
A Anvisa chegou a realizar uma inspeção investigativa em 20 de abril para apurar se houve desvio de qualidade após a redução do volume. No entanto, não foi encontrada nenhuma irregularidade.
“O Instituto Butantan se pronunciou sugerindo que a causa do volume inferior seria um somatório de fatores como a utilização de seringas com volume acima de 1ml e técnica de aplicação inadequada. Em decorrência disso, a empresa protocolou junto à Anvisa alteração no texto de bula, incluindo a indicação da utilização de seringas de 1ml para a aplicação da CoronaVac e um QR code com tutoriais para profissionais de saúde”, diz o documento.
A Secretaria de Saúde de Brusque utiliza seringas de 3ml e 1ml, sendo que parte dos itens foram comprados e outra parte foi fornecida pela regional, conforme detalha Ariane.
“Portanto, a seringa de 3ml não seria a mais adequada para a aplicação da CoronaVac e esse problema ficou evidente quando houve a redução de volume”, afirma o parecer.
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