Final feliz: conheça a história da enfermeira de Brusque que se recuperou da Covid-19

Renata da Costa ficou 21 dias isolada, mas agora já voltou a sua rotina normal

Final feliz: conheça a história da enfermeira de Brusque que se recuperou da Covid-19

Renata da Costa ficou 21 dias isolada, mas agora já voltou a sua rotina normal

A enfermeira Renata Maria da Costa, 47 anos, está entre os mais de 50 pacientes recuperados da Covid-19 em Brusque até agora. Ela é enfermeira obstétrica do Hospital Azambuja e também diretora de especialidades da Secretaria de Saúde de Brusque.

Renata foi diagnosticada com o novo coronavírus no dia 3 de maio, quando o resultado do seu exame deu positivo para a doença.

A moradora do bairro São Luiz conta que no fim de abril começou com uma tosse, mas não imaginou que poderia ser coronavírus porque é sensível, então sempre quando há mudança de temperatura tem algum sintoma de gripe.

Porém, como trabalha no hospital e na Secretaria de Saúde, e o marido de uma amiga já tinha positivado para o vírus, fez o teste rápido para a doença no dia 27 de abril, mas deu negativo.

Três dias depois, a tosse ficou mais forte e ela começou a sentir muito cansaço. “Eu tossia e me faltava ar. Uma gripe muito forte mesmo, dor no corpo. Eu não estava me sentindo bem, então avisei que não iria trabalhar, pois estava fraca”.

Renata apresentou os sintomas leves da doença | Foto: Arquivo pessoal

Os colegas da Secretaria de Saúde a aconselharam a fazer o teste PCR, então no dia 30 de abril, ela se consultou com o médico da Vigilância Epidemiológica e fez o teste. O médico receitou alguns medicamentos para aliviar as dores. “Eu sentia dor de cabeça e tinha coriza clara em grande quantidade”.

No dia 3 de maio, Renata foi informada de que testou positivo para a Covid-19. “Quando eu recebi o resultado, eu pensei só em coisa ruim. Já me vi entubada, na UTI. Aí fui no Hospital Azambuja fazer a tomografia, mas o meu pulmão estava bom, o vírus não tinha afetado”.

A partir do diagnóstico, Renata ficou afastada do trabalho e se isolou em casa. O marido também se afastou e cumpriu isolamento. Para Renata, como os sintomas foram bastante leves, o pior da doença foi o isolamento.

Mesmo morando na mesma casa, ela e o marido tiveram que ficar distantes. Cada um dormia em um quarto e também passaram a usar banheiros separados. “Ele também parou a vida dele. Era o tempo todo de máscara em casa e se um estava na sala o outro ficava no quarto, era muito difícil”.

A enfermeira ficou isolada em casa durante 21 dias. Neste tempo, ela e o marido dependiam da solidariedade dos vizinhos de prédio. “Meus vizinhos me ajudaram muito. Eu fazia a lista de compras e passava pelo WhatsApp. Eles iam no mercado, deixavam as compras na porta e tocavam a campainha, aí eu esperava um tempo para poder pegar. Agradeço muito a todos que me ajudaram e se preocuparam comigo”.

O marido de Renata também fez o teste, mas deu negativo, por isso, foi autorizado a retornar ao trabalho normalmente. Os filhos, Giovana de 8 anos e João Pedro, de 20 anos, não tiveram contato com a mãe porque antes de Renata ficar doente já estavam na casa dos avós.

Valorizar coisas simples do dia a dia

Renata teve apenas os sintomas leves da doença. Não teve febre e nem falta de ar, apenas a tosse e cansaço fora do normal. “Só de varrer a casa já ficava muito cansada”, conta.

Agora curada da doença, a enfermeira diz que aprendeu a valorizar as coisas simples da vida. “Vejo que não damos o devido valor para coisas pequenas da vida, como ir numa padaria, escolher as tuas coisas sozinha. Só o fato de poder sair de casa, andar na rua. O isolamento é muito difícil, mas necessário, porque eu não queria ser responsável por transmitir a doença para outras pessoas”.

Assim que recebeu o diagnóstico, Renata comunicou o síndico do prédio em que mora. Ela conta que recebeu bastante carinho dos vizinhos e amigos e em nenhum momento se sentiu discriminada por ter coronavírus. “Só tenho que agradecer a todos. Nesse momento, o que você mais precisa é dos amigos, e todos meus amigos se preocuparam muito comigo e me deram muita força”.

Para ela, a vida começa a ter um novo sentido a partir de agora. “Vou ver a vida de outra forma. Com a doença, aprendi a não deixar pra amanhã o que pode fazer hoje. Aprendi que temos que fazer coisas boas, viver a vida com muita fé, acreditar em Deus, sempre acreditei muito que tudo ficaria bem, que Deus me ajudaria. Acho que esse vírus veio para transformar a gente, mostrar que não é condição social, classe financeira, crença que importam, mas sim a fé, não podemos perder a fé nunca”.

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