Fiesc aponta problemas na rodovia Ivo Silveira, que liga Brusque a Gaspar e Blumenau
Entidade fez levantamento das condições das principais vias do estado
Entidade fez levantamento das condições das principais vias do estado
Estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) coloca a rodovia Ivo Silveira (SC-108), que liga Brusque a Gaspar, entre as vias que necessitam de reparos urgentes.
A Fiesc avaliou mais de 1,6 mil quilômetros de rodovias catarinenses nas regiões Norte, Extremo-Oeste, Meio-Oeste, Sul e Vale do Itajaí. O levantamento faz parte da Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense 2017.
Na região de Brusque, três rodovias primordiais para o desenvolvimento econômico dos municípios foram analisadas: as rodovias Jorge Lacerda, Gaspar, e Ivo Silveira.
Ricardo Saporiti, engenheiro responsável pelo estudo, diz que a situação do acesso Brusque-Gaspar é crítica. “O acesso de Brusque a Gaspar é um problema bem sério”, diz. O maior problema é a má conservação do pavimento.
O Município Dia a Dia já mostrou a falta de manutenção na SC-108 na primeira reportagem da série Raio-X das Rodovias. O estudo da Fiesc corrobora a opinião de motoristas e moradores: é preciso uma revitalização completa da Ivo Silveira.
A BR-470 não tem ligação direta com Brusque, mas tem impacto direto no escoamento da produção brusquense para várias regiões do estado. Saporiti diz que a rodovia federal – que não foi avaliada no estudo – também precisa de reparos.
Falta de manutenção
O estudo da Fiesc é feito periodicamente como forma de acompanhar e cobrar medidas do governo catarinense. Saporiti afirma que o maior problema é que o estado não faz obras de manutenção como deveria, com isso, o que já está ruim tende a piorar.
De acordo com o documento elaborado pela entidade, a cada 1 dólar deixado de investir na manutenção de uma rodovia são necessários 2,50 dólares para reparar o mesmo trecho. A incapacidade do estado também onera o cidadão.
O levantamento da Fiesc cita estudos do Instituto de Pesquisas Rodoviárias e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que mostram que a má conservação da rede viária pode resultar em acréscimo de 58% no custo com combustíveis e aumento de 40% em gastos com manutenção veicular.
Ainda existe a consequência mais trágica: os acidentes. Segundo levantamento, a má conservação aumenta em até 50% o índice de acidentes.
Mais investimento
Saporiti diz que, hoje, o estado incapaz de manter a malha viária em boas condições de uso. “O estado só faz tapa-buraco, mas isso não resolve o problema”, afirma o engenheiro.
O estudo elaborado por ele mostra que o governo estadual gastou, em média, R$ 4,7 mil por quilômetro nas rodovias.
No documento, o engenheiro Saporiti diz que o montante total dos recursos alocados para as regiões analisadas permite somente intervenções paliativas de forma precária e insuficiente – operações tapa-buracos e roçadas.
Segundo ele, isso não atende as necessidades de preservação. Ele afirma que a malha rodoviária estadual exige investimentos mais robustos.
Iniciativa privada
O mesmo estudo analisou as rodovias de outras regiões. Foram identificados problemas em todas elas. A Jorge Lacerda, que vai de Gaspar, passa por Ilhota e chega em Itajaí, também foi vistoriada e o pavimento apresentou vários problemas.
A Fiesc recomenda, no levantamento, que o governo do estado faça parcerias com a iniciativa privada. A federação considera que a concessão das rodovias é o melhor caminho para desonerar o estado e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do asfaltamento.
Mais da metade das obras de infraestrutura estão atrasadas
A Fiesc também faz o acompanhamento das principais obras estruturantes de Santa Catarina. De acordo com a entidade, 60,4% delas estão atrasadas. Esse levantamento, assim como o das rodovias estaduais, também integra a Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense 2017.
A Fiesc monitora o andamento de 58 obras, que somam R$ 6,8 bilhões em investimentos. Desse total, 16 delas têm o andamento comprometido (27,6%); 19 estão com o prazo expirado (32,8%), 8 estão em andamento (13,8%) e 15 foram concluídas (25,8%).
O estudo da federação das indústrias também diagnosticou os principais motivos para os atrasos nas intervenções. O maior é a falta de recursos (20%), desapropriações (17,8%), projetos e estudos (11,1%), sítio indígena (8,9%), licitação (8,9%), licenciamento ambiental (4,4%) e outros (28,9%).
“A predominância desse recurso é destinada à manutenção e ampliação da infraestrutura já existente em Santa Catarina. Neste orçamento, os únicos projetos estruturantes que temos são os previstos para a Ferrovia Litorânea e o corredor Leste-Oeste (término dos projetos e início da construção das ferrovias)”, diz Glauco José Côrte, presidente da Fiesc.
Exemplos de obras atrasadas em SC