Festival de Gaiola Cross cancelado no sábado gera prejuízos de R$ 200 mil
Evento estava previsto para acontecer de sexta-feira, 11, à domingo, 13, no pátio do Pavilhão de Eventos Maria Vidotto Imhof
Evento estava previsto para acontecer de sexta-feira, 11, à domingo, 13, no pátio do Pavilhão de Eventos Maria Vidotto Imhof
Desespero e decepção definem os sentimentos dos expositores do 2º Festival de Gaiola Cross de Brusque. Previsto para ocorrer de sexta-feira, 11, a domingo, 13, à noite, o evento precisou ser cancelado ainda no sábado, pela baixa participação do público. As competições de Gaiola Cross, que deveriam ir até no fim da tarde de domingo, encerraram ainda pela manhã.
Já a feira, food trucks e shows, que eram algumas novidades da edição, foram cancelados no sábado. Um expositor de Curitiba, Paraná, relatou que teve um prejuízo de R$ 7 mil, entretanto, o organizador do evento assinou notas promissórias, garantido ressarcir os danos. “Nunca passei por uma situação semelhante, mas já era de imaginar, pois não houve mídia nenhuma do evento”, lamenta.
Outra expositora também de Curitiba diz que essa foi a primeira vez em 18 anos participando de eventos que presenciou essa situação. “Fizeram uma reunião conosco no sábado, por volta das 16h, cancelando o evento, mas precisei ficar aqui até hoje porque não tinha como ir embora antes”.
Ela acrescenta que viu muitos proprietários de food trucks chorando por terem perdido mercadorias. “Eles trabalham com produtos perecíveis e tiveram que jogar tudo fora”, contou.
Na sexta-feira, aconteceu o show nacional com a banda Detonautas. Porém, segundo relato dos expositores, a banda tocou por 20 minutos para 130 pessoas. Os shows que deveriam ocorrer nos dias seguintes foram cancelados.
“Como estou aqui dentro esperando meu marido vir me buscar, já vi várias pessoas vindo aqui querendo o dinheiro do ingresso dos shows de volta. Algumas até revoltadas. Mas só digo que estou no mesmo barco que eles”, comentou a expositora de Curitiba.
A expositora lembrou que na sexta-feira começou a se espalhar a notícia que o festival havia sido cancelado. “Eu sinto até pena deles, mas foi tudo muito mal organizado, eles não tinham dinheiro nem mesmo para pagar os lanches das meninas que trabalharam para eles. A organização terá um prejuízo de R$ 200 mil”, diz.
Aos expositores, o organizador garantiu ressarcir os prejuízos, mas sem uma previsão de datas, pois precisará vender os carros e imóveis para conseguir dinheiro. Um dos prestadores de serviço do evento, descontente com a situação, antes de ir embora, levou dois carros do organizador. “Ele disse que não ia esperar ele vender os carros para pegar o dinheiro e pegou as chaves dos carros e levou”, contou a expositora.
Imagem da cidade
A expositora de Curitiba afirmou que riscará o nome de Brusque da lista de eventos, pois não deseja mais passar pela mesma situação. “É bastante triste, mas a gente se programa para uma feira e, além de não vender nada, sai no prejuízo”, diz.
Ela contou que quando chegou na sexta-feira à noite, foi procurar seu espaço para montar o estande. “Não tinha nada demarcado e falaram para a gente montar em qualquer lugar”.
A falta de seguranças para a feira também foi um dos pontos criticados, pois haviam seguranças apenas para o show, mas para proteger os expositores não haviam.
Esclarecimento
O presidente do Gaiola Cross de Brusque, Fabiano Munch, entrou em contato com O Município para esclarecer alguns fatos sobre o 2º Festival Gaiola Cross.
Segundo Munch, o evento contou com dois organizadores. Ele era o responsável pela competição de gaiola cross, e uma empresa de Camboriú e uma rádio da cidade eram responsáveis pela feira, food trucks e shows. “Da minha parte ocorreu tudo certo, tivemos as competições e só precisamos encerrar ao meio-dia de domingo devido ao mau tempo”, explica.
Ao todo, foram 35 competidores de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que disputaram nas categorias Aspirado e Turbo. “Só quero deixar claro que a minha parte não tem nada a ver com a feira e todo o resto que ocorreu no pavilhão”, diz. A empresa de Camboriú foi procurada, mas preferiu não se manifestar.
A reportagem esclarece que procurou os organizadores no domingo, pessoalmente no pavilhão e por três contatos telefônicos que estavam no site oficial do evento, mas não os encontrou. Por telefone, fomos atendidos apenas uma vez, e a pessoa que atendeu informou que “o organizador não queria ser incomodado”.