Feijão ficou 50% mais caro em Brusque nos últimos três meses

Governo brasileiro anuncia medidas de estímulo à importação do produto

Feijão ficou 50% mais caro em Brusque nos últimos três meses

Governo brasileiro anuncia medidas de estímulo à importação do produto

Em três meses o preço do feijão praticamente duplicou nos mercados de Brusque. Hoje, o produto nas suas mais distintas variedades (preto, carioca, vermelho) custa, em média, em três dos estabelecimentos pesquisados pelo Município Dia a Dia, de R$ 6 a R$ 11.

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No Archer, o valor do produto oscila de R$ 6,49 a R$ 10. No Bistek de R$ 7 a R$ 11 e no O Barateiro de R$ 5,98 a R$ 9,90. O gerente do Archer, Udo Wandrey, diz que o feijão começou a custar mais caro para a compra há cerca de um mês. O gerente do Bistek, Evandro Bez, avalia que mesmo com o aumento, o consumidor não deixa de comprar, já que é um item que faz parte do cardápio do brasileiro. O proprietário do O Barateiro, José Francisco Merísio, diz que está difícil de encontrar o produto e que o preço está muito variável. Segundo ele, em três meses o aumento foi exorbitante: “vendíamos a R$ 3,90, agora está quase R$ 10. É assustador”, avalia.

Merísio aponta que o consumidor diminuiu a quantidade. “Antes quem comprava três quilos, hoje compra um”.

Medidas para combater a alta de preço

Com o objetivo de reduzir o preço do feijão, o presidente em exercício, Michel Temer, informou na última semana medidas de estímulo à importação do produto. O governo estuda a retirada de impostos e taxas cobrados dos produtos vindos de países como China e México.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a variação nas capitais, o preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio. No acumulado dos últimos 12 meses até maio, a alta é de 41,62%. Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), entidade que representa a cadeia produtiva do grão, em algumas regiões do Brasil, o quilo do produto chegou a ser comercializado a R$ 20 no varejo.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, diz que a prioridade será trazer o feijão do Mercosul, da Argentina e do Paraguai. Hoje o Brasil já não cobra imposto das importações vindas dos países do bloco. O ministro afirma que se as importações não forem suficientes, o governo incentivará a chegada de feijão vindo de outros países, entre eles México e China, por meio da redução do imposto de importação.

“Por sugestão do presidente Temer, vamos, através do Planejamento e da Fazenda, retirar os impostos e taxas cobrados de outros lugares, da China e México, além de outros países também”. Maggi diz ainda que a retirada do imposto de importação barateia o produto importado e facilita a chegada dele ao país. A expectativa é que com mais oferta no mercado o preço do feijão caia. O ministro da Agricultura afirma também que a desoneração deve durar no máximo por 90 dias, prazo em que o encarecimento será revertido.

Alta é resultado de fatores climáticos

A especialista em Economia e Gestão das Estratégias Empresariais e professora da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Janypher Marcela Inácio, diz que os fatores climáticos foram preponderantes para a alta de preço do feijão. Ela afirma que principalmente o Paraná, estado que mais produz o produto no país. “Muita chuva na época errada, pouco produto. É a lei da oferta e da demanda. Muita gente procurando, o consumo é constante”.

Janypher explica que é a oferta equilibra a demanda e que mantém o preço. “É um item que faz parte da cesta básica, o consumo é alto, quando não tem a produção suficiente, fica uma briga, que é refletida no preço”, diz a economista, que acrescenta: “O que se percebe também é que mesmo com a alta de preço, a qualidade não está boa”.

Sobre as medidas anunciadas por Temer, Janypher diz que a tendência é que equilibre a oferta, porém, não resolverá o problema. “Quando o produto vem de outros países, tende a acalmar essa demanda e fazer com que o preço diminua. É um produto agrícola, é o mesmo caso da cebola, do tomate”, avalia.

A economista acredita que a situação normalizará apenas no fim do ano. “Demora para que se reestabeleça. O feijão precisa ser plantado novamente, depende das condições do tempo para que seja semeado e colhido com qualidade”.


Consumo de mais de 3 milhões de toneladas 

O governo federal estima o consumo em 3,35 milhões de toneladas de feijão neste ano, já contabilizando a importação. A produção de 2016 está estimada em 2,8 milhões de toneladas, o que gera um déficit de 550 mil toneladas.

 

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