Falta de pinhão é sentida em todos os supermercados de Brusque
Há quase um mês, a semente de Araucária não é encontrada no município
Basta as temperaturas caírem e o inverno dar os primeiros sinais que o pinhão vira um dos itens mais procurados nas feiras e supermercados de todo o Estado. A procura é tanta que encontrar o pinhão não é tarefa fácil. Há quase um mês, a semente da Araucária está em falta em quase todas as regiões do Estado.
Em Brusque, a falta do alimento também já foi sentida. A responsável pelo setor de verduras do supermercado O Barateiro, Rosemeri dos Reis Ramos, afirma que o pinhão está em falta desde o final do mês de junho. “Não temos mais pinhão. O pessoal está procurando bastante, mas não encontramos em lugar nenhum. Pegamos as nossas verduras do Ceasa, e lá também não tem”, diz.
No supermercado Archer, o produto acabou há quase 20 dias. “Não existe mais o pinhão, acabou a safra. Antes, o nosso problema era o preço alto, agora não encontramos mais. Os clientes sempre perguntam, sentem falta, mas não sabemos onde encontrar”, afirma o gerente comercial da rede, Udo Wandrey.
O presidente do Ceasa/SC, Geraldo Pauli, destaca que há duas semanas, não é possível mais encontrar o pinhão. “Aqui em São José não se encontra mais pinhão. Aqui, pegávamos dois tipos, um que vinha da Serra catarinense, e outro de Minas Gerais. E até esse de Minas já está difícil de encontrar”.
O professor do curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Maurício Sebrez dos Reis, explica que neste ano a safra de pinhão foi pequena, por isso a escassez. “Não tivemos uma safra abundante de pinhão. Esse é um dos fatores. Outro motivo é que o estado tem cada vez menos áreas com Araucária, a tendência é que diminua cada vez mais”.
A safra de pinhão vai do mês de abril até agosto, mas os meses de maio e junho são o forte do alimento. “Praticamente todas as cidades da serra hoje têm festas do pinhão, também é cada vez maior o número de pratos que levam o pinhão como ingrediente principal, e isso também pode influenciar”.
Reis destaca ainda que a falta de políticas de incentivo ao plantio de Araucária em Santa Catarina também contribui para a escassez do produto. “Não temos uma política florestal para o plantio de Araucária, e isso contribui para que se tenha cada vez preços mais altos”, diz.