EXCLUSIVO – Em Brusque, vice-presidente Alckmin comenta polarização política e diz que população quer união
Ele ainda falou sobre a concorrência da China com indústrias têxteis do Brasil, rejeição à esquerda em Santa Catarina e o novo PAC
Ele ainda falou sobre a concorrência da China com indústrias têxteis do Brasil, rejeição à esquerda em Santa Catarina e o novo PAC
*com Thiago Facchini
Durante visita a Brusque na manhã deste sábado, 19, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) comentou sobre a eleição de setembro no município, questões políticas e economia do Brasil. Em entrevista exclusiva ao jornal O Município após o ato de campanha com Paulo Eccel (PT) e Enfermeira Dida Mafra (PSDB), Alckmin defendeu a união entre os partidos.
O vice-presidente, antes de se filiar ao PSB, era do PSDB. Alckmin cita que, no passado, os políticos estiveram todos juntos e seguiram outros rumos com o bipartidarismo.
“Lá atrás, estávamos todos juntos, lutando pela democracia. A democracia nos unia. Depois, o Lula fundou o PT e nós o PSDB. Estivemos juntos muitas vezes. O Covas apoiou o Lula no segundo turno contra o Collor em 1989. Fiquei feliz com a participação da Dida do PSDB como vice do Paulo Eccel. É isso que a população quer, que a gente se una para servir a cidade e trabalhar em benefício da população”, afirma.
Para Alckmin, a rejeição que o PT ainda tem em Santa Catarina e Brusque será diminuída com a melhora dos índices econômicos. Em 2022, por exemplo, o então candidato Lula recebeu pouco mais de 30% de votos no estado, contra 69,3% de Jair Bolsonaro (PL).
“Na política se conquista com avanço do trabalho, entregas e realizações. Especialmente na área federal é a questao econômica: inflação sob controle e atividade econômica, esse é o foco. Desenvolvimento com inclusão, estabilidade e sustentabilidade”, avaliou.
Ele também relativizou a polarização direita x esquerda, comparando números econômicos do governo Bolsonaro e do presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador, mais alinhado à esquerda.
“O Bolsonaro é de direita. Paulo Guedes é de direita. Em 2020, o déficit primário do governo brasileiro foi de mais de 10%, se gastou mais do que arrecadou sem pagar dívida. O Obrador, no México, que podemos dizer que é de esquerda, teve superávit de 0,1%, e a pandemia foi no mundo inteiro. Então, eu acho que essas coisas estão um pouco superadas. O que nos distingue é o apreço à democracia. Isso que nos uniu, eu e o presidente Lula, para salvar a democracia. A outra é justiça social, que complementa a eficiência econômica”.
Sobre a concorrência das indústrias têxteis brasileiras em relação ao mercado estrangeiro, principalmente chinês, Alckmin, que acumula o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, acredita que medidas que o governo federal está tomando vão ter impacto positivo para o setor.
“A reforma tributária será essencial para a indústria, vai desonerar investimentos e importação. Será o setor mais beneficiado. Outra coisa essencial é a lealdade concorrencial. Já foi estabelecido o ICMS para essas plataformas, elas precisam pagar impostos”.
O governo federal lançou na última semana a terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos públicos federais de R$ 371 bilhões em quatro anos para áreas como transportes, energia, infraestrutura urbana, inclusão digital, infraestrutura social inclusiva e água.
Alckmin destacou a importância de obras de infraestrutura e de estradas por conta do tamanho continental do país e citou que será feito investimento recorde nas BRs, tanto de origem pública como privada.
“Neste ano, o Ministério do Transporte investe o equivalente aos últimos quatro anos. O PAC vem para nossa agenda de logística, infraestrutura e competitividade. Isto é um dos pontos que o Brasil precisa para crescer, além de câmbio competitivo, juros baixos, reforma tributária, desburocratização, acordos internacionais e educação de qualidade. Não tem mágica, são trabalhos, tarefas que têm que ser executadas todos os dias”.
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