Está na hora de governar
O governo Bolsonaro está para completar o terceiro mês, e ainda há muita coisa para se ajeitar para que se possa dizer que o governo, efetivamente, começou. Bolsonaro não foi eleito porque era “o cara”, mas porque conseguiu aglutinar para si todo o repúdio da população contra o petismo e o desmantelamento econômico, político e […]
O governo Bolsonaro está para completar o terceiro mês, e ainda há muita coisa para se ajeitar para que se possa dizer que o governo, efetivamente, começou. Bolsonaro não foi eleito porque era “o cara”, mas porque conseguiu aglutinar para si todo o repúdio da população contra o petismo e o desmantelamento econômico, político e moral do país.
Por conta disso, candidatos talvez mais preparados para o exercício da presidência foram preteridos. As urnas depositaram maciça confiança no atual governo. Se excetuarmos o Nordeste, a aprovação foi quase unânime. Foi um grito de “basta!” e de “socorro!”.
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Pois bem, todo novo governo leva um tempo para se ajeitar na cadeira e colocar o bonde para andar. No momento atual, dada a grande renovação prometida e aclamada pelas urnas, talvez a paciência deva se estender um pouco mais, mas há um limite para isso. O governo precisa tomar as rédeas, unificar o discurso e começar a governar de fato.
Apesar da aclamação popular de Bolsonaro, da admiração elevada por Sérgio Moro, da confiança em Paulo Guedes, o governo precisa mostrar serviço efetivo, pois seus eleitores, ao contrário dos lulistas, não colocam ninguém acima do bem e do mal. Assim como apoiam, também sabem criticar e cobrar.
O grande desafio do momento é “fazer política”. Apesar do discurso e da necessidade de superar a “velha política”, nosso péssimo sistema de governo exige que o chefe do executivo trabalhe em acordo com o legislativo, não o legislativo ideal, mas o que realmente está lá. Um dos nós da relação do governo com o Congresso é a extinção de milhares de cargos inúteis, que oneravam o país, mas serviam de barganha em troca de apoio.
Ainda há os cargos de segundo e terceiro escalão, que o presidente, publicamente, diz não negociar, mas que, em nome da efetividade, terá de fazê-lo. Insistir na “pureza administrativa”, neste momento, não me parece uma decisão apropriada. É preciso continuar a limpar a política, mas também é preciso lidar com a situação, hoje, do modo como é possível.
Ademais, ninguém aguenta mais os filhos do presidente interferindo, a todo tempo, no governo, colocando os agentes do Planalto, a todo tempo, a apagar incêndios desnecessários.
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O twitter pode ser muito útil, mas transforma qualquer opinião pessoal, que antes ficaria restrita a meia dúzia de ouvintes e a alguns fofoqueiros, em dado internacional, em tempo real. Aí todo mundo fica discutindo uma frase que não deveria ter nenhum significado prático, emperrando as ações do governo, gerando birras e egos feridos. E, enquanto isso, o que interessa fica emperrado.
No Ministério da Educação, no qual coloquei e coloco enorme expectativa, a confusão também é grande, e o Ministro Velez Rodriguez está na berlinda. A esta altura, já torço para que ele saia, e que entre alguém que, de fato, comece a gerir a Educação, e não apenas a fazer comentários de cunho ideológico. Afinal, a campanha já acabou. É hora de governar. O sucesso desse governo é crucial para o país, muito mais que para qualquer um dos seus componentes.