Especialista alerta sobre o perigo das redes sociais em seminário do Grupia
Agente especial aposentado da Polícia Federal afirma que usuários precisam estar atentos ao compartilhamento de informações
Agente especial aposentado da Polícia Federal afirma que usuários precisam estar atentos ao compartilhamento de informações
Casos de sequestros decorrentes do uso das redes sociais fizeram parte do discurso do agente especial aposentado da Polícia Federal, Rogério Nogueira Meirelles, no seminário realizado pelo Grupo de Proteção da Infância e Adolescência (Grupia) ontem pela manhã. Com o tema “Políticas Públicas sobre drogas e as novas mídias”, o evento lotou a Câmara de Vereadores e alertou o público sobre o perigo de compartilhar informações nas redes sociais.
A ênfase temática do evento esteve centrada em como “o telefone celular e outros equipamentos de tecnologia da informação, como o smartphone e laptop, estão transformando os comportamentos e provocando queda no rendimento escolar e o acesso facilitado à pornografia, à pedofilia, às drogas e à prática de outros delitos cibernéticos por crianças, adolescentes e jovens”.
Meirelles, que já foi coordenador de Tecnologia da Polícia Federal em Brasília (DF) e membro do Botnet A Force (grupo internacional de combate a crimes virtuais que reúne as principais polícias do mundo), foi o segundo palestrante do seminário. Em seu discurso, ele lembrou sobre o caso do menino de Ilhota que foi sequestrado em 2014 depois que os criminosos colheram informações da família por meio da rede social Facebook.
“O sequestrador ficou vigiando a família por 10 dias e ficou olhando a rede social da criança. O menino ficou durante 15 dias com os criminosos”, disse. “Os pais têm de entender que as crianças precisam ser vigiadas. É preciso cuidado com o que se posta em qualquer rede social. E o que a criança posta é de responsabilidade do seu tutor”, afirmou.
Entorpecentes
Além de Meirelles, o outro palestrante do seminário foi o delegado Ildo Raimundo da Rosa, que atuou durante 42 anos na Polícia Federal e preside o Conselho Estadual de Entorpecentes de Santa Catarina (Conen-SC). Rosa falou sobre a influência das drogas na sociedade e sobre a importância da segurança pública no combate ao tráfico.
“Falta comprometimento do poder público. A segurança da população deveria ser prioridade e é primordial para o convívio em sociedade. Se não tivéssemos segurança viveríamos como bárbaros”.
Para exemplificar a importância da segurança pública, o delegado citou a pacificação das favelas do Rio de Janeiro em comparação a pacificação da favela de Santo Domingo, em Medellín, na Colômbia.
“Eu estive nessa favela de Medellín e vi que as ações de cunho social melhoraram as condições de vida dos moradores. O gestor público realmente agiu. Eu tenho um colega que esteve no Complexo do Alemão no Rio e ele disse que lá, antes da pacificação, os moradores faziam gato de energia elétrica e de TV a cabo e pagavam R$ 10 para os traficantes por isso. Agora, depois da pacificação, eles pagam muito mais. O morador incentivou o estado, mas o estado acaba complicando a vida do morador”.
Após as explanações, os palestrantes, as autoridades presentes e o público discutiram sobre os tópicos apresentadores.