Escola de Música Hanir lança projeto musical para crianças com déficit de atenção em Brusque

A Escola de Música Hanir, localizada na rodovia Ivo Silveira, em Brusque, lança o projeto Ritmando – Musicalização na Cognição, dedicado a crianças com déficit de atenção. De acordo com Marcieli Dácio, uma das proprietárias e psicóloga do projeto, a ideia teve início na faculdade de Psicologia, quando surgiu uma oportunidade de projeto de extensão, em 2018.
“Encarei o desafio proposto pela professora Msc. Luzia de Miranda Meurer e quis fazer algo com música, que faz parte da minha vida desde pequena”, conta.
No período, que durou seis meses, ela aplicou o projeto em alunos entre 9 e 10 anos, que tinham déficit de atenção em uma escola da rede pública de ensino. Para isso, a psicóloga contou com a ajuda do esposo e professor de música, Fernando Dácio.

“Eu não tenho formação em música, por isso foquei na psicologia – com o cognitivo, memória e atenção – e o Fernando com a parte da música. Desenvolvemos várias atividades justamente para trabalhar com a atenção das crianças”, explica Marcieli.
Agora formada pela Unifebe, ela retornou com o projeto, que atende crianças de 8 a 12 anos e auxilia no desenvolvimento da atenção.
Segundo a psicóloga, o projeto também trabalha a psicomotricidade, também conhecida como coordenação motora e o cognitivo, onde está a atenção.
Todas as atividades são desenvolvidas com instrumentos musicais, como forma terapêutica e para estimular e desenvolver a atenção. São grupos de três alunos objetivando a interação social durante as aulas.
“São atividades preparadas para isso, e tem que ser um ambiente divertido para estimularmos as crianças. Se elas recebem o estímulo aqui, em casa e na escola, a tendência é ter uma grande melhora na atenção”, informa Marcieli.
Atualmente, a escola tem espaço para seis turmas, e uma delas já está fechada. As atividades acontecem uma vez por semana, durante 45 minutos. O projeto é realizado às segundas-feiras, no período da tarde, das 14h às 18h, e na sexta-feira, no período noturno, das 18h às 21h15.
Tanto o projeto quanto a metodologia aplicadas foram validados especificamente para a faixa etária escolhida. Porém, futuramente, ambos pretendem ampliar o projeto Ritmando para outras idades, trabalhando de forma específica.

“Existe uma média de atenção esperada tanto para a faixa etária quanto para a escolaridade de cada pessoa. Por isso aplicamos um teste psicológico para medir a atenção da criança interessada para saber se sua atenção está abaixo, normal ou acima do esperado. Cabe ressaltar que o teste não avalia a questão da inteligência” informa a psicóloga.
Após a aplicação do teste, Marcieli também conversa com os pais da criança, para saber como funciona a dinâmica do dia-a-dia, a rotina e atenção nas atividades. Após seis meses do início da participação no projeto, as crianças passam por um novo teste, para identificar o nível de evolução da atenção.
Fernando conta que uma das crianças do projeto desenvolvido em 2018 chegou a ter uma melhora de 80% e outras 50%, mas todas elas avançaram na atenção. “O principal objetivo é dar uma qualidade de vida melhor para a criança. Não prometemos uma cura, mas a criança evolui dentro do projeto e vai se conhecendo melhor”, destaca.
Segundo o professor, o déficit de atenção atinge principalmente o córtex cerebral, e o ritmo musical atua justamente nesta parte do cérebro. Com isso, as atividades se tornam uma compensação, já que a música possui melodia, harmonia e ritmo, que estimulam essa parte do cérebro. “Por isso, o nome do projeto é Ritmando, pois a partir dos estímulos rítmicos no cérebro, a atenção pode ser desenvolvida”, destaca Fernando.
Interessados em ingressar no Projeto Ritmando podem procurar a escola presencialmente ou pelo telefone (Whatsapp).

Outras modalidades

A Escola de Música Hanir, nome que vem do hebraico e significa “aprendiz”, fica anexa a uma igreja evangélica (Ministério Força na Palavra). Por conta disso, boa parte dos alunos que frequentam a escola são músicos que buscam aperfeiçoamento e músicos aprendizes de diversas igrejas de Brusque.

Fernando, que é proprietário do local e professor de música com formação, explica que as aulas tiveram início há 10 anos como um projeto local e social para os membros da igreja. Com o crescimento da procura, tornou-se oficialmente uma escola de música desde 2018, mantendo o olhar social. “Temos cursos de bateria, contrabaixo, violão, teclado, ukulelê, guitarra, voz e prática de conjunto; aceitamos alunos a partir dos seis anos”, informa.
O professor de música destaca que está desenvolvendo uma metodologia própria, que foi implantada em 2021 e está sendo bem recebida pelos alunos e professores da escola.