Equipe Baja Pelznickel participa da 18ª Etapa Sul da competição Baja SAE
Competição regional foi dividida em etapas virtuais e presenciais
Competição regional foi dividida em etapas virtuais e presenciais
A pandemia mudou os planos de muitas disputas este ano, inclusive da 18ª Etapa Sul da Competição Baja SAE, previamente programada para ser realizada na Universidade de Caxias do Sul (RS). Nesta edição, a tecnologia se tornou o canal de contato entre os competidores e as provas de execução de projetos passaram a ser virtuais. Apesar das mudanças, os planos e expectativas da Equipe Baja Pelznickel permanecem os mesmos: conquistar uma boa colocação na disputa regional.
A fase virtual da competição teve início em outubro. Na primeira etapa, os integrantes da equipe precisaram gravar um vídeo de até cinco minutos sobre os setores de Cálculo Estrutural, Powertrain, Suspensão e Direção, Freios, Design e Ergonomia, Elétrica, Gestão da Equipe, e Vendas e Marketing. Cada apresentação dos núcleos técnico e de negócios vale cem pontos na competição. Além da produção do material audiovisual, a equipe elaborou os objetivos e metas para cada um dos setores, de acordo com o desempenho na disputa de 2019. As três equipes que melhor cumprirem a atividade proposta disputarão entre si uma final virtual por setor.
Ainda na primeira etapa, o desafio 4X4 fez com que a equipe propusesse uma mudança no sistema de tração do veículo, para que no futuro seja 4X4.
De acordo com o coordenador do projeto Baja Pelznickel, professor Rodrigo Blödorn, atualmente o veículo construído pelos estudantes possui apenas tração traseira, mas por uma mudança de regra na competição internacional, precisarão se readequar para tração nas quatro rodas.
Para concluir a primeira fase da competição, valendo cem pontos, os estudantes precisaram elaborar um planejamento de testes, sugerindo testes nas questões estruturais e de desempenho do protótipo.
Agora a equipe aguarda o retorno dos avaliadores com a pontuação geral da fase virtual da competição, que pode chegar a mil pontos. Segundo Blödorn, a expectativa agora é a etapa presencial, programada para 2021 em Caxias do Sul.
“Nosso objetivo é estar entre os dez primeiros colocados, visto que tivemos uma evolução bastante significativa em vários setores, por exemplo, no setor de elétrica, adicionando ao nosso veículo sensores de volume de combustível, temperatura do motor e do CVT. Tudo para que possamos monitorar do box, o desempenho do veículo durante a competição presencial”, ressalta Blödorn.
Ainda este ano o Centro Universitário de Brusque (Unifebe) iniciará a construção de uma pista de treinamento para a Equipe Baja Pelznickel. Com 285 metros de distância e composta por dez curvas, a pista contribuirá para o aprimoramento do veículo. Com sentido anti-horário, o trajeto favorece o desgaste dos pneus dianteiro e traseiro direito.
A pista será dividida em três setores, sendo o primeiro setor composto por uma longa reta e com costelas na parte final antes da forte frenagem para entrar no setor dois. O setor dois, considerado o mais técnico, possuirá nove das dez curvas de todo o circuito. Uma das partes mais lentas, o setor dois terá curvas bem fechadas, com ganhos e perdas de altura, dificultando ainda mais a pilotagem do veículo. As curvas dois e três, por exemplo, formam um “S” inspirado no “S” do Senna, duas famosas curvas do circuito de Interlagos.
Já o setor três será dividido em cinco trechos, iniciando com costelas intercaladas seguidas por uma piscina de lama de 80 centímetros de profundidade. Na sequência, uma reta para ganho de velocidade é seguida de três saltos, finalizando a pista com uma curva de alta velocidade, inspirada na de Indianápolis Oval.
“A pista será uma ótima forma de analisarmos o desempenho do nosso veículo, principalmente para aprimorá-lo para o enduro, um dos desafios do Baja SAE mais aguardado e temido por todas as equipes”, salienta Blödorn.
A competição é promovida pelo Programa Baja SAE, que é uma iniciativa da Society of Automotive Engineers — Sociedade de Engenheiros Automotivos, criado na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos. A disputa é entre veículos off-road, construídos por equipes de diversas universidades, na qual o aluno se envolve com um caso real de desenvolvimento de um veículo, desde sua concepção, projeto detalhado, construção e testes.
Dentro dessa empresa fictícia formada por estudantes voluntários, os acadêmicos vivenciam situações reais de setores, tais como: compras, marketing, vendas, projetos e simulações. Com isso, a SAE busca formar engenheiros preparados para atuar na área de engenharia automotiva.
Para o pró-reitor de Graduação, professor Sidnei Gripa, o projeto Baja é uma oportunidade de os estudantes desenvolverem competências específicas da indústria automotiva. “Os nossos estudantes se envolvem em todos os processos, desde a concepção à execução. Isso é um excelente diferencial no currículo de quem quer seguir na área”, acrescenta Gripa.
Este é o terceiro ano do Centro Universitário de Brusque (Unifebe) na competição. A equipe formada por integrantes dos cursos de graduação em Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Engenharia Civil, Direito e Gestão Comercial, conta também com uma estagiária de Psicologia, realizando o mapeamento de competências dos integrantes. A Equipe Baja Pelznickel é a única representante do Vale do Itajaí na disputa regional.
O nome Baja Pelznickel é uma homenagem à lenda trazida pelos imigrantes da região de Baden-Württemberg, da Alemanha, que colonizaram Brusque e Guabiruba.