Entidades empresariais de Brusque são otimistas sobre recuperação contra desemprego recorde
Entre segundos bimestres desde 2007, 2020 tem o pior, com 3,24 mil demissões a mais que admissões no município
Entre segundos bimestres desde 2007, 2020 tem o pior, com 3,24 mil demissões a mais que admissões no município
Brusque registrou 3,24 mil vagas de emprego fechadas em março e abril de 2020, ou seja, 3,24 mil mais demissões do que admissões nos primeiros dois meses de pandemia de Covid-19 reconhecida no Brasil, e o número é o pior da história registrado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os representantes da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sindilojas), no entanto, apostam na recuperação.
Para recuperar as perdas de março e abril, o saldo deve ser equivalente ao do período nos últimos seis anos: os desempenhos de 2014 a 2019 nestes meses, cuja soma é 3472 vagas abertas, apenas 52 a mais do que a quantidade de vagas fechadas só no segundo bimestre de 2020. Os números são registrados no Caged desde 2007.
A presidente da Acibr, Rita Conti, afirma que uma recuperação no município depende também da reabertura e da recuperação de centros maiores, como Rio de Janeiro e São Paulo. Isto porque muitas empresas brusquenses, sejam do setor secundário ou terciário, atuam junto a estes mercados.
“Temos um polo produtor, trabalhador, para estes grandes centros, então [o desempenho deles] reflete na nossa economia. Temos uma crise sem precedentes, algumas indústrias seguem fechadas, outras com atividades reduzidas.”
Mostrando otimismo, ela acredita que as vagas perdidas podem ser recuperadas nos próximos meses. “Porque Santa Catarina é um polo industrial reconhecido a nível nacional, e pode ser um holofote. Assim como fomos o primeiro estado a parar, acredito que possa ser o primeiro estado a se organizar para ter esta retomada. Mesmo com esta perda realmente lastimável, causada por uma ruptura muito grande, acredito que entre setembro e outubro a gente vai conseguir dar a volta, fazendo nova captação destes empregos.”
Para o presidente do Sindilojas, Marcelo Gevaerd, o trabalhador desempregado precisa buscar qualificações assim que possível. O comerciante reconhece o impacto econômico no município, mas prevê melhorias nos próximos meses, proporcionalmente às reaberturas das atividades com cada vez menos restrições.
“É um número realmente muito grande [de vagas fechadas], mas acreditamos que o pior já passou. O mercado vai voltar a buscar. Há colegas empresários que passaram por uma crise horrível em seus negócios nos últimos meses, e hoje já vão bem.”
Mesmo se dizendo otimista, o presidente da CDL de Brusque, Fabrício Zen, evita previsões sobre a recuperação. Para o empresário, não há surpresa no aumento do desemprego no município. “Os números seguem a realidade estadual e nacional quanto às demissões. É difícil precisar quando exatamente os postos de trabalho serão retomados, mas estamos otimistas que aos poucos as vagas de emprego voltem a ser preenchidas.”
Zen lembra que uma medida tomada pela entidade durante a crise foi tornar a plataforma CDL Oportunidades gratuita às empresas que pretendem contratar em meio à pandemia. O cadastro de currículos segue sem custos, como foi desde sempre.
De acordo com os números do Caged, período entre março e abril, apenas 2011 havia registrado saldo negativo, com seis vagas fechadas.