Empresa irá gerar 17 vagas de emprego para detentos da UPA
Porto Franco Têxtil levará parte dos processos do setor de confecção para a unidade
Porto Franco Têxtil levará parte dos processos do setor de confecção para a unidade
Nas próximas semanas, mais 17 internos da Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque terão a oportunidade de reduzir suas penas por meio do trabalho. Além da Irmãos Fischer, que já atua na UPA desde janeiro, a empresa Porto Franco Têxtil ingressará na unidade. O novo container está em fase de término de estruturação, para se tornar um polo industrial.
O proprietário da Porto Franco Têxtil, Luiz Antônio Ogliari, informa que parte do processo do setor de confecção será levado para a unidade. A empresa, que produz roupas de cama, oportunizará aos detentos a produção da parte de costura final dos produtos e embalagem. Com isso, assim que sair da unidade, as peças estarão prontas para serem comercializadas.
Segundo Ogliari, a empresa já tem experiência com o trabalho prisional, pois há algum tempo já atua dentro do presídio feminino de Itajaí. No município vizinho, 17 internas também fazem a mesma produção de costura e embalagem dos produtos.
O diretor da UPA, Elison Ivan Soares, revela que, com a instalação da nova empresa, mais de 50% dos detentos estarão trabalhando. “O trabalho na unidade vai além das empresas, temos os que trabalham também na cozinha, na horta e na manutenção predial”, informa. Ele ressalta que, atualmente, 100% dos internos do semiaberto estão trabalhando: 14 para a Irmãos Fischer, 16 nos serviços internos da unidade, além dos 17 que atenderão a demanda da Porto Franco.
Incentivador do trabalho na unidade, o diretor garante que essa é uma das melhores chances de ressocialização, pois assim, o interno terá uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho ao sair da UPA. “Tem mais duas empresas interessadas em investir na unidade, e isso é muito importante, que os empresários se sensibilizem e deem essa oportunidade”, diz.
Toda a estrutura do container e adaptação é custeada pela própria empresa. Os materiais e os maquinários utilizados possuem toda a segurança possível para os detentos e para a própria unidade. “Nunca tivemos um episódio do interno tentar usar um equipamento de trabalho para gerar confusão, até porque ele sabe que se tiver um mau comportamento, perderá a vaga. E claro que não querem isso, pois além de deixarem de receber o salário mensal, perderão a oportunidade de redimir a pena”, comenta Soares.
O novo container fica ao lado do outro, instalado pela empresa Irmãos Fischer. Para os internos chegarem até o local de trabalho, foi criada uma passagem por dentro da unidade, por meio de grades, que garantem a segurança dos agentes penitenciários. Antes dos internos iniciarem a mão de obra, a empresa Porto Franco qualificará os candidatos que se tornarão aptos a desenvolver o trabalho.
Com o trabalho, os detentos recebem um salário mínimo de R$ 880. 25% do valor é destinado ao fundo rotativo do estado e os 75% fica para o interno. De três dias trabalhados, o detento ganha um de remissão.