Em média, 90% dos alunos de Brusque são aprovados para tirar a primeira habilitação
Apenas 10% dos aspirantes a motorista não passam nos testes do Detran
O índice de reprovação dos brusquenses nas provas teórica e prática para tirar a primeira habilitação é de cerca de 10%, conforme pesquisa realizada pelo Município Dia a Dia em alguns estabelecimentos da cidade. O motivo deste baixo percentual é a carga horária de ensino, que tem sido aumentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) nos últimos anos, e aulas de reforço.
Atualmente, a legislação de trânsito determina que sejam ministradas 25 horas-aula de prática para a carteira de habilitação categoria B (carro) e 20 horas-aula para a categoria A (moto). Já na parte teórica não existe diferenciação: em ambos casos são 45 horas-aula de estudos. Esta carga horária já foi menor no passado. Até 2013, por exemplo, era preciso de cinco horas de aula a menos do que atualmente para a habilitação para carro. Com mais aulas, alunos que têm mais dificuldade possuem mais tempo para conseguir acompanhar o conteúdo.
Além do curso teórico e prático, as autoescolas também devem aplicar uma prova antes mesmo de os aspirantes a motorista irem para o teste no Detran – órgão de trânsito que emite as Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs). Esta medida é efetiva no sentido de evitar que o índice de reprovação cresça muito, pois uma vez que o aluno não atinge a nota mínima, que é sete, é orientado a não ir para o teste de fato.
O instrutor do Centro de Formação de Condutores (CFC) Diplomata, Teodoro Pereira Filho, afirma que quando o aluno não tira uma boa nota ele recebe aulas de reforço antes de fazer a prova no Detran. Segundo ele, de modo geral, as pessoas aceitam, contudo, há sempre aqueles que não aceitam e resolver seguir adiante por vontade própria. No CFC Diplomata, o índice de aprovação nas provas teórica e prática do Detran é de, aproximadamente, 95%.
Na Autoescola Lideral, o curso teórico tem duração de 12 dias. Segundo a diretora de ensino, Susana Nascimento, o percentual de alunos que passam no teste do órgão de trânsito fica acima dos 85%. “Até tem reprovações, mas são poucas”, diz. Assim como na Diplomata, é realizada uma prova no final do curso e durante ainda são aplicados simulados. Já nas autoescolas Nilson e Marquezan o índice de aprovação informado por elas é idêntico: por volta de 90%.
Sem perfil definido
De acordo com a pesquisa efetuada nos quatro estabelecimentos já citados, o percentual de reprovação nas provas teórica e prática do Detran fica em torno de 10%. No entanto, não existe um perfil dos reprovados: são homens e mulheres, tanto jovens quanto mais velhos.
Pereira Filho, da Diplomata, conta que já teve alunos de 18 anos de idade que reprovaram e mais velhos que passaram. Para ele, o importante é combater estereótipos, como o de que mulher não sabe dirigir. Vencer esta barreira e mostrar para a pessoa que ela é capaz de aprender as leis de trânsito ou a manusear o veículo é o primeiro passo, diz o instrutor.
Jussara Pedrini, diretora de ensino da Autoescola Nilson, afirma que não existe um perfil traçado de reprovados, porém, ela faz uma ressalva: pessoas com grau de instruções muito abaixo têm mais dificuldades, sobretudo na parte teórica. “Tem o fator nervosismo, muitos ficam nervosos no Detran e reprovam”, comenta.
Célio Marquez, proprietário da Autoescola Marquezan, afirma que a quantidade de horas-aula fornecidas atualmente prepara a grande maioria dos alunos. Para ele, os jovens têm mais facilidade de aprendizado, por isso os mais velhos necessitam de mais aulas.