Editorial: pedágio à vista
O assunto do pedágio na Antônio Heil ganhou força esta semana. Já na segunda-feira publicamos o encontro do prefeito Ari Vequi com o governador Carlos Moisés no evento de liberação dos recursos para a conclusão da duplicação da BR-470. Na ocasião, o prefeito trouxe a informação de que realmente há um estudo para a concessão […]
O assunto do pedágio na Antônio Heil ganhou força esta semana. Já na segunda-feira publicamos o encontro do prefeito Ari Vequi com o governador Carlos Moisés no evento de liberação dos recursos para a conclusão da duplicação da BR-470. Na ocasião, o prefeito trouxe a informação de que realmente há um estudo para a concessão e que a privatização pode ser em bloco, o que incluiria outras rodovias no pacote.
A preocupação do prefeito é que, se for adotado este modelo de concessão em bloco, vai ser muito difícil reverter, segundo ele “precisaria de muita pressão”, mas se for individual a briga teria mais chance de êxito.
Neste sentido, já na terça-feira à tarde as CDLs e Sindilojas de Brusque e Itajaí se manifestaram, por meio de ofício endereçado ao governador de Santa Catarina, repudiando a cobrança de pedágio na Antônio Heil. Na nota, assinada pelos presidentes das entidades, justifica-se que o pedágio vai onerar ainda mais os cidadãos e atrapalhar a fluidez da via.
Na terça à tarde o assunto também foi debatido na Câmara de vereadores de Brusque. Na ocasião os vereadores também contestaram a cobrança de pedágio. O vereador Nik Imhof encaminhou requerimento ao governador pedindo as justificativas para pedagiar, Marlina Oliveira manifestou preocupação com o assunto e o presidente Alessandro Simas solicitou a realização de uma audiência pública para debater o tema com a sociedade. Além deles também se manifestaram André Rezini, Rick Zanata, Jean Pirola e André Vechi, todos antipáticos ao pedágio.
Precisamos mostrar força e união para dizer desde o primeiro momento que não queremos mais este ônus
Todo este barulho e movimentação é de extrema importância e pode ditar o futuro da rodovia. Não dá para acreditar que o governo do estado só está estudando a possibilidade de pedagiar, nem que esta ação vai acontecer no futuro. Precisamos mostrar força e união para dizer desde o primeiro momento que não queremos mais este ônus.
Estamos diante de uma obra inacabada. Ainda falta corrigir o que já foi feito (desníveis, buracos, etc) e concluir a sinalização. Também defendemos tirar as lombadas e incluir passarelas, trevos e alças de acesso para dar mais fluidez.
Também é preciso construir o trevo que liga a Antônio Heil à BR-101 para que a obra seja dada como concluída. Neste ponto, noticiamos na semana passada (dia 17) que o governador publicou o decreto de utilidade pública de desapropriação dos terrenos que ficam no entorno do trevo.
Assim, quase que na mesma hora, comemoramos o importante passo que o governo deu assumindo a sua parte de responsabilidade e lamentamos a possibilidade de privatizar a Antônio Heil. Com uma mão o governo dá o doce e com a outra planeja tirar.
A certeza é que temos um pedágio à vista. Se vai ser bom ou ruim, caro ou barato, eficiente ou não, são perguntas que demandam muita conversa e negociação. E por isso estas mobilizações e manifestações do prefeito, dos vereadores e de entidades são tão importantes. Elas podem nos dar vez e voz e nos colocar na mesa de negociação. Se ficarmos calados esperando, vamos ganhar este pacote pronto, elaborado por algum burocrata, num gabinete muito distante de nossos interesses.