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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: No limite

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: No limite

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Um dos assuntos que mais repercutiu no jornal esta semana foi o dos policiais que bateram nos jovens durante uma ocorrência em Guabiruba. Os debates foram acalorados nas redes sociais questionando, entre outras coisas, a falta de preparo dos policiais em lidar com a situação.

O caso é emblemático em mostrar as situações extremas que estamos vivendo. Podemos começar falando do tipo de ocorrência, que foi uma festa com aglomeração de pessoas. Sabemos que está vigente em Guabiruba, desde o dia 22 de julho, o decreto 1140 que estabelece a proibição, por tempo indeterminado de aglomeração de pessoas em qualquer ambiente, inclusive a realizações de festas em residências com pessoa não residente.

Estas proibições em Guabiruba vêm alinhadas com os decretos municipais de Brusque que inclusive prevê aplicação de multas que variam de R$ 300 a R$ 20 mil reais aos infratores.

Para dar cumprimento à lei, a prefeitura de Brusque montou 40 equipes de fiscalização e contabilizou mais de 1777 denúncias. Destas 430 foram festas particulares, entre aniversários, chás de bebê e confraternizações.

É normal a vontade de se reunir com familiares e amigos, ainda mais em nossa região onde estes encontros estão entranhados na cultura das pessoas. Acrescente a isso este longo período de isolamento e temos o quadro perfeito para as transgressões.

Mas nada disso justifica este grande número de ocorrências. É preciso manter o isolamento e seguir as leis, pois podemos ter efeitos colaterais indesejados entre eles a alocação de recursos públicos que poderiam ser gastos com outras prioridades e acabam sendo destinados a este fim fiscalizatório.

Os excessos têm que ser punidos para evitar que se repitam, afinal, estamos no limite e o desafio agora é não passar dele

Outro ponto que mostra que estamos numa situação extrema é o esgotamento do sistema de saúde. Conforme publicamos no jornal de quarta-feira, os profissionais que atuam no sistema relatam rotinas exaustivas de trabalho em meio a explosão de atendimentos. Também estamos no limite em relação à utilização das estruturas hospitalares, com os leitos de UTI lotados e a falta de medicamentos.

Por fim, parece que também na segurança pública estamos no limite, como vimos no caso do policial que bateu nas estudantes dentro do apartamento delas em Florianópolis e na inconsequente abordagem policial de Guabiruba.

Neste episódio, que aconteceu com nossa cidade vizinha, podemos ver no vídeo algumas situações incompatíveis com a função policial, pois além de todos os excessos praticados, ainda percebemos a falta de uso da máscara.

A Polícia Militar tem um papel de protagonismo neste momento, e muitos de seus soldados estão trabalhando diuturnamente para manter nossa cidade em segurança e garantir que lei seja cumprida, nem por isso deve permitir que tal situação passe impune.

Sabemos que este tipo de abordagem em confraternizações é uma atribuição nova e muito requisitada à Polícia Militar, e por isso deva ser acompanhada mais de perto para coibir as transgressões e garantir o cumprindo da lei, tanto por parte da sociedade como dos policiais.

Os excessos tanto de um como de outro têm que ser punidos para evitar que se repitam, afinal, estamos no limite e o desafio agora é não passar dele.

 

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