Editorial: No Clima de Natal
Brusque ganha um novo ritmo nesta época do ano. A concessão de férias por algumas empresas e a liberação do décimo terceiro estão aquecendo as vendas no comércio. Alie-se a isso a correria das empresas em entregar seus últimos pedidos e “fechar o caixa” e teremos um cenário de uma grande movimentação nas ruas, bancos, […]
Brusque ganha um novo ritmo nesta época do ano. A concessão de férias por algumas empresas e a liberação do décimo terceiro estão aquecendo as vendas no comércio. Alie-se a isso a correria das empresas em entregar seus últimos pedidos e “fechar o caixa” e teremos um cenário de uma grande movimentação nas ruas, bancos, shoppings e lojas.
Olhando esta movimentação nem parece que há pouco tempo estávamos mergulhados numa crise sem precedentes, com escândalos estourando a cada dia envolvendo a mais alta cúpula de poder de nosso país. Esta crise política atingiu em cheio a economia levando o país a uma recessão com a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em -3,8% em 2015 e -3,6% em 2016.
Em 2017, mesmo sob a batuta de um presidente com baixa aprovação, o país consegui um PIB tímido, mas positivo, de 1%. Ainda sob esta presidência, a projeção do PIB para este ano, segundo o Relatório de Mercado Focus do Banco Central divulgado esta semana, será de 1,3%. Pouco acima do que foi ano passado e abaixo das expectativas iniciais, que chegaram a 1,5%.
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Com as eleições e a mudança no cenário político, o otimismo tomou conta de uma grande parcela da população e com isso a perspectiva de investimentos e um ambiente mais propício ao desenvolvimento. Tais expectativas já elevaram a projeção do PIB para ano que vem em 2,5%, segundo o mesmo relatório do Banco Central.
Nessa linha, o comércio catarinense também aposta em bons índices já para este Natal. Segundo levantamento realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL-SC), junto a associados das 20 cidades de maior potencial econômico do estado, 71,03% dos consultados a expectativa é que as vendas para a data sejam maiores do que no ano anterior.
Otimismo já chegou, mas ainda precisamos que as oportunidades de emprego e a renda também cheguem
Para 48,28% o crescimento deve ser de até 5%, enquanto 28,28% são ainda mais otimistas e acreditam em 10%.
Estima-se também que o tíquete médio, na avaliação dos associados consultados, deve ficar em R$ 235,71 ante R$ 187,83 registrados no ano passado, crescendo mais de 25%. Ainda segundo a pesquisa, o empresário catarinense está muito otimista sobre o futuro, pois 87,59% acredita que o ano de 2019 será melhor para o comércio.
Mas todo este clima de euforia ainda não cicatrizou as marcas deixadas pela crise que precisam ser tratadas urgentemente. A primeira é o desemprego que anda por volta dos 12%, deixando milhões de brasileiros sem uma oportunidade.
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A segunda é o endividamento das famílias, que em novembro atingiu 60,3% segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na semana passada.
Neste momento o otimismo já chegou, mas ainda precisamos que as oportunidades de emprego e a renda também cheguem, daí teremos a combinação perfeita e sustentável para nosso crescimento.
O clima de Natal e expectativas positivas para a economia são importantes propulsores para que estas projeções se tornem realidade e deem condições para o Brasil finalmente crescer como merece.