João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - joaojoseleal@omunicipio.com.br

Dia dos Namorados

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - joaojoseleal@omunicipio.com.br

Dia dos Namorados

João José Leal

A história registra muitos casos de amor, conhecidos e famosos em todo o mundo. Na antiga Roma, o célebre romance entre Cleópatra e Marco Antônio causou uma guerra entre Roma e o Egito. Terminou numa tragédia, da qual lembramos apenas das mortes dos dois amantes. Como sempre, os milhares de soldados que morreram nas sangrentas batalhas, lutando pelo seu grande general, a história esqueceu de registrar e nós também não queremos lembrar.

O fato é que, derrotado por Otaviano, Marco Antônio honrou a tradição militar e se matou, o mesmo acontecendo com sua amante. A versão histórica, ao gosto popular e que adora emoção, diz que Cleópatra teria se deixado picar por uma cobra. Mas, não há evidência histórica de que a sua passional morte assim aconteceu. De qualquer forma, o romance e suicídio de Cleópatra e Marco Antônio é um dos mais conhecidos e emocionantes, contado e cantado pela Literatura, pelo teatro, pelo cinema e pelas artes em geral.

Outro emblemático caso de amantes com final trágico, bastante conhecido e popular é o de Romeu e Julieta, personagens imortalizados na peça teatral de Shakespeare. Proibidos de namorar e de se amar pela intolerância de suas famílias rivais, preferiram sacrificar suas vidas. Não há prova da existência real dos dois jovens amantes veroneses.

Mas, é assim mesmo. Muitas vezes, o ser humano prefere esquecer a verdade real e ficar com o encanto, o romantismo das lendas e dos mitos que alimentam a ilusão e o pensamento fantástico. E assim, Romeu e Julieta, que se mataram por amor, passaram para história como o símbolo dos amantes mais românticos e da paixão mais sublime.

A história está cheia de belos exemplos de romances vivenciados por jovens e também de velhos porque, como diz o ditado popular, o amor não tem idade. Mas, como não ganharam a necessária fama, permanecem à margem do discurso histórico e só poucos conhecem esses personagens anônimos, que se amam de forma exemplar. Com certeza, muitos de meus leitores conhecem casais de namorados ou eles próprios são modelos de admirável companheirismo e de perfeita vida conjugal.

Por isso, penso que não somente os famosos e lendários, mas todos os casos de belos romances devem ser lembrados neste Dia dos Namorados, véspera de Santo Antônio, que a crença religiosa acredita ser o santo dos namorados e dos casamentos. Não importa se o interesse comercial também motivou a escolha dessa data em junho.

Com um dia dedicado aos apaixonados, não faltarão namorados de todas as idades e estado civil, nem corações incendiados dispostos a manifestar o seu amor e presentear a outra metade da paixão, geralmente, a feminina.

Aos meus bons leitores e leitoras desejo um Feliz Dia dos Namorados.

Para minha querida Ana Maria, companheira de todas as horas desses 48 anos de mãos dadas e corações unidos, porque a eternidade é o nosso caminho, dedico esta crônica escrita com muito amor e carinho.

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