Herbert Pastor

Empresário - herbertpastor@omunicipio.com.br

Democracia em perigo

Herbert Pastor

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Democracia em perigo

Herbert Pastor

Altamente perigosa e preocupante a verdadeira lavagem cerebral nas redes sociais, capitaneada por lideranças civis e militares, todas de direita, que tentam convencer os usuários da necessidade de um golpe militar para evitar uma suposta comunização do país.

Ridículo e descabido este temor que só serve para alarmar os menos informados e alimentar as fantasias daqueles que sonham com a instalação iminente de um regime de exceção, ou seja, um governo militar.

Honestamente, não acredito que nossas prerrogativas democráticas estejam sendo corroídas pela combalida esquerda verde e amarela, mas enxergo um perigo real em agressivos grupos da direita troglodita, dispostos a entregar as rédeas do poder às Forças Armadas, o que a meu ver significaria um atestado de incompetência da sociedade civil para gerir o destino de nosso país

Em verdade, os regimes militares nunca conseguiram resolver satisfatoriamente os problemas cruciais em seus países. Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Brasil passaram pela dolorosa experiência de ditaduras militares, que em certo momento os poupou de um mal maior, uma ditadura comunista, mas fora isto, nada de importante foi legado à posterioridade.

Com crescente temor observo no Brasil dos dias de hoje grandes semelhanças com a Alemanha da República de Weimar, quando no início dos anos 30 o país foi tomado por uma devastadora depressão econômica, que desencadeou uma crescente criminalidade, insegurança geral e uma desordem social que acabou solapando dramaticamente a autoridade do estado, fatores que conduziram a um trágico desenlace:a ascensão de Adolf Hitler.

Creio que nos encontramos num ponto crucial de nossa trajetória democrática, num momento em que preconceito e intolerância frequentam com assustadora assiduidade os pronunciamentos de lideranças civis e políticas. Para que permaneçamos numa linha democrática, torna-se obrigatória a participação consciente e responsável de cada cidadão, principalmente nas eleições de outubro, quando queremos nos livrar dos maus políticos e substitui-los por cidadãos honestos, criativos, entusiasmados e dispostos a ajudar a tirar nosso país do atoleiro em que se encontra.

Infelizmente, porém, esta “participação consciente” do povo representa o nosso “calcanhar de Aquiles”, pois contamos com uma população majoritariamente acomodada, desinteressada, mal informada e politiqueira que reclama de tudo e de todos mas não contribui com nada para que mudanças aconteçam. E o que é pior: continua votando maciçamente nos ficha suja e esquecem que os corruptos continuam no poder, amparados pelos votos da população.

Fundamental para a restruturação do país é a participação efetiva da classe empresarial que, salvo raras exceções, tem-se mantida distante do burburinho político, concentrando-se na condução dos próprios negócios. O Brasil, no entanto, necessita desesperadamente destas cabeças privilegiadas e espera-se que a classe abandone a confortável posição de espectador para tornar-se um protagonista ativo no processo político nacional.

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