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Delegado detalha encontro de corpos em Joinville: “Estavam numa cova muito funda”

Vítimas estavam visitando uma parente em Joinville quando foram mortas

Após quase três meses de buscas, agentes da Delegacia de Homicídios, da Polícia Civil, localizaram quatro corpos em uma chácara no bairro Ulysses Guimarães nesta quarta-feira, 22, em Joinville. Nesta quinta-feira, 23, o delegado Dirceu Silveira realizou uma coletiva de imprensa para detalhar a investigação. Para ele, aquele pode ser considerado o fim de semana mais violento da história de Joinville.

Encontro dos corpos

Os corpos foram encontrados enterrados em uma propriedade privada na avenida Dr. Archimedes Carvalho, em avançado estado de decomposição. Isso ocorreu após uma intensa investigação promovida pela delegacia. “Estavam numa cova muito funda”, contou Dirceu.

Os quatro estavam desaparecidos desde o dia 6 de janeiro, quando uma familiar notificou o sumiço. Segundo o delegado, a cova coletiva foi camuflada com plantas para dificultar a ação da delegacia.

Entretanto, não havia marcas que identificassem a autoria ligada a uma facção, só foi possível encontrar o local devido às diversas denúncias anônimas recebidas pela população de Joinville.

Todas as vítimas são homens de 20, 24 e 39 anos e um adolescente de 16 anos. Eles eram naturais de Campo Largo, no Paraná, e estavam em Joinville a passeio. Conforme explicou Dirceu, os quatro tinham relações familiares e vieram para Joinville justamente para visitar uma mulher também parente.

No bairro que se hospedavam, acabaram identificados por integrantes de uma facção criminosa e teriam sofrido ameaças. “Se mudaram desse imóvel e ao final, quando foram para o Ulysses, acabaram sendo identificados pela mesma facção e executados”, diz o delegado.

Isso tudo ocorreu em poucos dias. Até o momento, a delegacia não identificou ligação das vítimas com facções criminosas do Paraná. Um deles tem uma passagem por tráfico de drogas, mas não foi encontrada conexão entre esse histórico e os homicídios.

Os corpos foram encaminhados para o Setor de Medicina Legal para perícia e identificação da causa das mortes. Um casal já foi preso suspeito de participação nos homicídios.

Próximos passos

Para a finalização do inquérito policial, o delegado explicou que faltam algumas diligências e ouvir algumas testemunhas. Os próximos passos da investigação vão focar na prisão dos demais envolvidos. “Se tratam de envolvidos em outras ocorrências investigadas pela delegacia de homicídios”, informa Dirceu.

Sem ligação com chacina do Morro do Meio

Cerca de dois dias após o desaparecimento das quatro vítimas no Ulysses Guimarães, no dia 8 de janeiro, sete pessoas foram assassinadas no bairro Morro do Meio pela mesma facção envolvida no caso anterior, de acordo com a investigação.

Na época dos fatos, a Polícia Civil ainda não havia feito a conexão e focou os esforços em desvendar o caso da chacina das sete pessoas, todas do Paraná, sem ligações aparentes com grupos criminosos.

Segundo Dirceu, o crime teria sido motivado porque um dos homens teria mexido com uma mulher na rua. Essa mulher seria uma das mandantes da organização criminosa e teria mandado executar o homem.

Os membros da facção então teriam seguido ele até em casa, onde cometeram a chacina, incendiaram a casa e um carro com as vítimas dentro. O laudo preliminar aponta que eles foram mortos a tiros de arma de fogo e depois queimados.

Embora se trate da mesma facção, Dirceu afirma que não há indícios de ligação entre a chacina do Morro do Meio com a do Ulysses Guimarães. Os autores inclusive são diferentes.

Quatro pessoas já foram presas suspeitas de envolvimento com a chacina no Morro do Meio, entretanto, outros mandados de prisão preventivas devem ser realizados. A mulher mandante da ação está foragida. Ao todo são dez indiciados, o delegado acredita que muitos deles já estão fora do estado ou até do país.

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