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Defesas Civis da região trabalham com projeções para informar com antecedência sobre as cheias no rio

São diversos os fatores que influenciam nesta conta, como altitude, tempo e nível do rio

Quando o leito natural de um rio recebe uma quantidade de água maior do que sua capacidade de comportá-la, ele transborda, causando enchentes. Para prever quando e em quais lugares o Itajaí-Mirim vai transbordar, as Defesas Civis de Vidal Ramos, Botuverá e Brusque trabalham com uma série de dados que servem para estimativas, mas não são exatos. São diversos os fatores que influenciam nesta conta, como altitude, o tempo que as águas demoram para percorrer o rio e o nível de escoamento das águas.


Altitude

A altitude dos municípios, em relação ao nível do mar, tem influência na formação de enchentes. Conforme a Defesa Civil, Brusque é o município mais propenso a enchentes na região. Isso porque o rio corre por um vale estreito e alongado, proporcionando muita velocidade das águas. Quando chegam em Brusque, encontram uma área aberta, e essas águas se espalham. No caminho, há perda de velocidade da água, o que acaba inundando a região que é conhecida por “leito secundário do rio”, exatamente onde está construída a cidade.


O tempo

Um dos métodos de prevenção utilizado pela Defesa Civil nesta semana foi a previsão da quantidade de chuvas e de que forma isso elevaria o nível do rio. A previsão do tempo em que a água da chuva leva para chegar de um lugar a outro é fundamental no processo. Na região, por exemplo, se trabalha com a média de que, quando começa a chover em Vidal Ramos, leva em torno de cinco horas para que este volume de água chegue em Botuverá, e mais sete horas até a água chegar a Brusque. Ou seja, há uma projeção de 12 horas entre Vidal Ramos e Brusque, que pode variar até 14 horas, segundo a Defesa Civil local. O órgão também argumenta que este tempo é suscetível a mais variações, dependendo da velocidade de escoamento das águas.


Nível do rio

Não há exatidão nesta parte da conta, mas há certos níveis do rio nos quais são emitidos sinais de alerta para enchentes. Em Botuverá, por exemplo, a coordenadora da Defesa Civil, Maiara Colombi, trabalha com a seguinte lógica: se o nível do rio chega a 3,5 metros em Vidal Ramos, ponto em que transborda nos primeiros locais, já é quase certo que, dentro de quatro a cinco horas, transbordará nos primeiros pontos em Botuverá, ao chegar a 6,9 metros. Se começa a chover no meio do caminho, o órgão estima crescimento de 10 centímetros a mais por hora, dependendo da quantidade de chuva. Em Brusque, se trabalha seguindo parâmetros parecidos. No entanto, segundo o agente da Defesa Civil local, Edevilson Cugick, fazer previsões pelo nível da Vidal Ramos não é seguro para Brusque, que precisa aguardar que Botuverá se estabilize para estimar o quanto o rio subirá aqui no município.


Calibrar o sistema

A Defesa Civil de Brusque explica que ainda não é possível definir exatamente em qual nível o rio precisa chegar em Botuverá para que provoque alagamentos em Brusque, porque o sistema de telemetria utilizado na medição ainda não está totalmente calibrado. “Cada evento é um evento diferente. Tem vezes que dá um nível baixo em Vidal Ramos, grande em Botuverá e pequeno em Brusque, e tem vezes que acontece o contrário”, explica Cugick.