Moradora do bairro Rio Branco, Tatiana Amélia Brandt, mais conhecida como Naná, de 41 anos, precisou mudar de profissão no ano passado. Ela era vendedora, mas foi uma das 5,8 mil pessoas que foram desligadas de seus postos de trabalho entre março e abril de 2020 em Brusque. Destes, 1.098 foram no setor do comércio, bastante afetado devido à paralisação das atividades por conta do início da pandemia da Covid-19.
Tatiana estava terminando o período de experiência em uma loja no Centro de Brusque quando o comércio foi fechado. Por conta disso, ela foi demitida. Como todas as demais lojas estavam fechadas, ela não conseguiu um emprego na área de vendas, e virou manicure.
Trajetória
Natural de Maravilha, município do Oeste Catarinense, Tatiana mudou-se para Brusque há 16 anos. Nesta época, chegou a trabalhar como manicure por conta própria. “Eu fazia unha artística, que na época estava bem em alta. Tinha bastante clientes, mas voltei a viajar com meu ex-marido e parei”, recorda. Na época, a filha e o filho eram pequenos e logo ela seguiu carreira como vendedora.
Quando adolescente, ela já trabalhava como promotora de vendas. “Sempre foi isso que eu fiz”, conta. A profissional fez um curso na área em uma agência de empregos de Brusque e conseguiu uma vaga como operadora de caixa em uma empresa da cidade, o que já ajudou a adquirir experiência. Dois anos depois começou a trabalhar como vendedora.
“Depois eu comecei em outra empresa, como caixa, e fui para subgerência, ajudava os colaboradores a fechar vendas. Daí decidi que não queria mais trabalhar no domingo e vim para as lojas do Centro. Trabalhei pouco tempo porque logo veio a pandemia”, explica.
Primeiro ela trabalhou em uma loja de calçados, depois mudou para outro comércio, mas no fim da experiência as atividades foram paralisadas, resultando na demissão.
Tatiana não conseguiu um novo emprego. “Os shoppings estavam todos fechados, não consegui arrumar trabalho na área de vendas porque não tinha nada e eu também já não queria mais, porque é uma área bem cansativa, é difícil. Se depender de mim acho que não voltaria mais”, comenta.
Sem oportunidades, foi incentivada pelas amigas a iniciar carreira na área da beleza. Ela conta que desde pequena fazia as próprias unhas, também fazia manicure para as amigas e cunhadas.
Inicialmente ela atendia as clientes em casa, até que em setembro de 2020 fez um teste em um salão de beleza no Centro. “Uma amiga minha que trabalha no salão disse para fazer um teste, que estava precisando de manicure. Fiz o teste, fiquei até agora e não pretendo mais sair. É o que eu realmente amo fazer”, enfatiza. “Sabe quando você vem trabalhar feliz? É assim que eu me sinto”, complementa.
Como a nova profissão deu certo, Tatiana pretende se especializar. Ela fez curso de esmaltação e prestou vestibular para cursar podologia. Ela também fez curso de esmaltação russa. “É uma coisa que está sendo bem procurada. Não usa alicate e nem emoliente na cutícula, ela usa broca e tesoura, é feita na cartilagem no seco”, explica.
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