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Crise faz lojas de R$ 10 ganharem mercado em Brusque

Desafio é conseguir unir a qualidade ao custo, que deve ser o mais próximo possível de R$ 10

As lojas de R$ 10 surgiram há cerca de cinco anos. Assim como os R$ 1,99, muito populares na década de 1990, esse segmento de estabelecimento comercial conquistou mercado por causa do preço. E, em tempos de crise financeira, eles têm ganhado cada vez mais a preferência dos brusquenses.

Anos depois da criação do conceito deste tipo de loja com preço fixo, manter os R$ 10 em todas as mercadorias já é quase impossível, dizem os empresários do ramo. O desafio é conseguir unir a qualidade ao custo, que deve ser o mais próximo possível de R$ 10.

A Loja Super 10, na rua Barão do Rio Branco, foi uma das primeiras a se consolidar no Centro de Brusque. Tiago Dalri, sócio-proprietário do estabelecimento, diz que já trabalha com confecção há anos.

Os pais dele já trabalhavam no ramo de roupas e, por isso, resolveram abrir uma loja. Dalri, natural de Nova Trento, também entrou para o ramo e veio para Brusque há um ano e meio – quando ele abriu a primeira loja.

Loja Super 10 foi uma das primeiras a abrir na região central do município / Foto: Marcos Borges

“A receptividade foi muito boa e bem consistente. O local também é bem estratégico”, diz Dalri, que administra a loja ao lado da esposa. O sucesso inicial foi tão bom que, hoje, já existe uma segunda Loja Super 10 em Brusque, na avenida Cônsul Carlos Renaux.

De acordo com o empresário, a ideia de abrir uma filial foi, na verdade, uma oportunidade e, simultaneamente, uma decisão estratégica. Ele já tinha uma outra loja no município de Timbó e apareceu a possibilidade de abrir uma nova unidade em Brusque. Foi o que ele fez, já que a proximidade facilita a administração.

Competitividade

Segundo Dalri, como os pais dele também têm lojas, as roupas são compradas em conjunto. Isso lhe permite ter um melhor preço de barganha. O empresário diz que trabalha com uma margem de lucro apertada para poder chegar o mais perto possível dos R$ 10.

Mercado cresce

Há três meses, Marcos Hodecker também entrou para o segmento “tudo dez”, quando abriu a Loja Mix 10 – Atacado e Varejo. O empresário já trabalhava com confecção e acabamentos como terceirizado de marcas maiores. Ele aproveitou o período de crise para entrar no ramo.

“O que me motivou mais é que é um produto que sai bem. O pessoal quer comprar bem e por um preço bom”, diz Hodecker. As mercadorias custam até R$ 20, apesar do nome.

O empresário diz os que primeiros três meses foram bons e atingiram a expectativa de quando ele havia idealizado o negócio. Contudo, desde então, a concorrência cresceu. “Hoje, o público já está escasso”, afirma Hodecker.

O dono da Mix 10 planeja expandir a marca no futuro, porém, não mais em Brusque. Para ele, o mercado já está saturado, por isso, se for para investir, ele quer partir para outra cidade, com menos concorrência.

Produção própria

Cada loja busca uma maneira de baratear os custos para poder vender a R$ 10 ou quase isso. No caso da Mix 10, Hodecker diz que os contatos são importantes, bem como a marca própria: a Kivass.

Como trabalhou por anos com confecção, Hodecker diz que tem ligação com diversas empresas têxteis, por isso consegue boas peças a um preço mais baixo. O empresário diz que só “compra mercadoria boa”.

A marca própria, por sua vez, elimina um intermediário do processo, e, por conseguinte, reduz custos.