Conheça o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora de Brusque
Serviço atende crianças e adolescentes de zero a 18 anos que foram afastados do convívio familiar a partir de uma medida de proteção
Serviço atende crianças e adolescentes de zero a 18 anos que foram afastados do convívio familiar a partir de uma medida de proteção
Desde 2004, o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora foi inserido dentro da política de Assistência Social. Há oito anos há iniciativa é realizada em Brusque, que oportuniza um lar temporário a crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados.
Conforme explica a assistente social Danielly Vieira, serviço atende crianças e adolescentes de zero a 18 anos que foram afastados do convívio familiar a partir de uma medida de proteção. Isso ocorre pelo fato de a família estar temporariamente impossibilitada de cumprir as funções protetivas.
“Nesse meio tempo, a criança fica na casa da família acolhedora, que tem como atribuição levar criança à escola, médico, dar amor, carinho, afeto e preservar momentos de lazer”, diz.
Tudo isso é acompanhado por uma equipe técnica, que dá apoio a todas as demandas necessárias durante o período de acolhimento, que pode durar de seis a 18 meses.
Ao mesmo tempo, outra equipe técnica vem preparando a família para poder receber a criança de volta. Podem fazer parte do programa moradores de Brusque, maior de 21 anos. Não há restrição de sexo ou estado civil.
“A pessoa pode ser, por exemplo, solteira, desde que consiga contemplar, dentro da organização familiar, atenção às necessidades básicas da criança. Também é necessário que o interessado (a) não tenha problemas psiquiátricos, dependência química ou responda a processos judiciais”, afirma Danielly.
O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora funciona no segundo andar do prédio administrativo da Prefeitura de Brusque, dentro da Secretaria de Assistência Social e Habitação. Quem quiser saber mais sobre a iniciativa pode fazer contato pelo telefone 3251-1833.
Danielly explica que quando as pessoas conhecem o que é o serviço, existe geralmente dois tipos de reação: uma de espanto, por achar que nunca teria condições de ser família acolhedora; e outro de satisfação, entusiasmo, ao identificar um tipo de proposta que a pessoa gostaria de se dedicar.
O público-alvo do serviço são os adolescentes, de zero a 18 anos, tiradas momentaneamente da família por medidas de proteção. Crianças que eram enviadas para antigos orfanatos, e que hoje são conhecidos como instituição de acolhimento.
“Há algum tempo, muitos pesquisadores, inclusive neurocientistas, vem se dedicando a estudar o cérebro humano e identificaram, principalmente, que os anos iniciais, de zero a 3 anos, é a fase primordial do desenvolvimento humano, que todas as crianças expostas a situação de acolhimento institucional muitas vezes não recebiam afeto e carinho necessário para se desenvolver”, comenta.
Segundo Danielly, a iniciativa proporciona uma das matérias primas para o desenvolvimento humano: o afeto, apego, carinho, e dedicação, muitas vezes, quase que integral.
“Por isso foram estudadas propostas de acolher essas crianças de forma temporária em lares/residências de família, e foi perceptível que o estímulo que elas recebiam eram muito mais positivo no desenvolvimento do que aquelas que estavam lá recebendo estímulo dentro da instituição”, continua.
Danielly conta que as famílias acolhedoras são famílias como qualquer outra, pessoas que moram sozinhas ou não, mas que residam em Brusque, que foram capacitadas, habilitadas e também recebem acompanhamento de uma equipe técnica do serviço, composta por assistente social e psicóloga.
“São pessoas que, de forma voluntária, acolhem em suas casas crianças e adolescentes oferecendo amor, proteção integral, preservando a sua convivência familiar e comunitária. Essas famílias podem acolher por um período de 6 a 18 meses. Antes do acolhimento, é feito um estudo para ver qual perfil essa família pode receber, faixa etária, e posteriormente feito todo o encaminhamento com base na estrutura familiar”, completa.
Para Danielly, é importante falar sobre o acolhimento ou adoção, já que a família não pode ter interesse de adotar. Portanto, quem estiver interessado em ser família acolhedora, não pode estar inscrita no Cadastro Nacional de Adoção, pois são propostas complementante diferentes.
“O serviço de família acolhedora não é porta de entrada que vem facilitar esse processo. A adoção é uma medida excepcional, com trâmites próprios, que acontece em últimos casos, quando já foram esgotadas todas as possibilidades de a criança ou adolescente poder voltar para sua família. Ela não pode ser privilegiada a partir do nosso serviço”, finaliza.