X
X

Buscar

Comandante da PM defende instalação de lombadas eletrônicas na avenida Beira Rio

Para ele, esta é a melhor alternativa para evitar as frequentes quedas de veículos no rio Itajaí-Mirim

Com dois casos em menos de uma semana, as frequentes quedas de veículos no rio Itajaí-Mirim voltaram à discussão em Brusque e, nesta quarta-feira, 9, uma reunião na prefeitura vai avaliar a necessidade de instalação de guard rails nos dois lados da avenida Beira Rio.

A estrutura metálica tem como função proteger e evitar que o carro saia da pista em locais em que há risco do motorista perder o controle do veículo. 

Porém, a instalação dos guard rails não é vista como a melhor solução pelo diretor de Trânsito da Secretaria de Infraestrutura Estratégica, Renato Bianchi, e pelo comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho.

Um ponto levantado por Bianchi é o custo para a instalação de guard rails em toda a extensão dos dois lados da avenida Beira Rio. De acordo com ele, o menor orçamento que a prefeitura tem hoje está em R$ 7,8 milhões.

“É um custo muito alto. Toda a população pode ser onerada por causa da imprudência de alguns, por isso, a importância de discutir esse assunto com as entidades e vereadores, para se chegar a um senso comum”.

Além do custo, o comandante da Polícia Militar destaca o impacto dos guard rails na vazão do rio Itajaí-Mirim em eventuais cheias, por exemplo. “Além de ser uma avenida, é um canal extravasor, então, colocar os guard rails seria um obstáculo para a água”.

Outro ponto observado pelo tenente-coronel é que ao bater no guard rail, a pessoa tem mais chances de morrer pelo impacto, do que quando há queda no rio. 

“Será apresentado um relatório na reunião, que mostra que temos uma, no máximo, duas mortes no rio Itajaí-Mirim por ano. Em compensação, temos uma média de 15 mortes de motociclistas por ano. Se pensar por este lado, precisaríamos de ações para evitar as mortes de motociclistas também. O guard rail é uma situação complicada, porque as pessoas vão morrer pela pancada na estrutura. Ao meu ver, não é a solução”, diz.

De 2016 até o início de fevereiro deste ano, 25 veículos caíram no rio Itajaí-Mirim, resultando em cinco mortes.

Lombadas eletrônicas

Para o comandante da PM, a instalação de lombadas eletrônicas pode ser mais efetiva para a redução deste tipo de acidente do que os guard rails.

“Eu sou contra os guard rails e sou a favor das lombadas eletrônicas na Beira Rio. Colocando a cada dois, ou três quilômetros, vai onerar apenas a pessoa que desrespeita a lei. Claro que teria que aumentar a velocidade máxima da via, para não tirar a fluidez, mas vejo como uma alternativa”, diz.

“Estamos nos iludindo, achando que o guard rail vai resolver o problema, e não vai. Não falo só como policial, mas como cidadão, acho que é um investimento absurdo em algo que vai dar um retorno pequeno”, completa.

Renato Bianchi também avalia que a lombada eletrônica pode ser uma solução de menor custo e mais eficiente. “A lombada eletrônica não é proibida na cidade, o que temos a lei proibindo é o radar móvel. Com esses casos recentes, vemos que a população também já mudou seu pensamento e avalia que a lombada eletrônica pode ser melhor. Isso tudo vamos apresentar amanhã para juntos chegarmos à melhor solução”.

Bianchi ressalta ainda que alguns pontos da avenida Beira Rio já têm guard rail. Ainda de acordo com ele, os carros costumam cair em trechos de reta, e não de curva, que são considerados mais críticos, o que evidencia a imprudência.

Na avaliação deles, a avenida Beira Rio não é uma via perigosa, mas a forma com que os motoristas a utilizam, faz com que a população tenha essa impressão. “A imprudência é o que causa os acidentes, que na maioria das vezes estão ligados ao álcool ou ao celular. O guard rail pode parecer uma boa solução, mas pode não funcionar como o desejado”, destaca Bianchi.

Para o comandante da PM de Brusque, é preciso analisar os prós e os contras antes de tomar qualquer decisão sobre os guard rails. “As pessoas estão tomadas pela emoção devido aos casos recentes que tivemos, mas é preciso analisar com calma. Precisamos entender que qualquer alternativa, não vai resolver o problema em 100%, porque o problema está no condutor, que é imprudente”.

Trânsito violento

Para o tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho a imprudência, gerada pela falta de educação e respeito às leis, é o principal fator gerador de acidentes em Brusque.

“O trânsito sempre foi o ‘tendão de Aquiles’ de Brusque. O que está faltando é educação. Educação familiar e escolar. Temos um dos melhores índices de segurança pública do Brasil, mas o trânsito é muito violento. E isso só vai se resolver quando tivermos uma boa educação, com limites, com respeito às leis, coisa que não acontece mais hoje em dia”.


Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida:

WhatsApp | Telegram


• Aproveite e inscreva-se no canal do YouTube