Com dinheiro da Copa do Brasil, Brusque tem elenco mais caro dos últimos anos
Os cerca de R$ 500 mil que serão recebidos pela participação elevaram a folha em 20%
O dinheiro pago pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a participação na Copa do Brasil caiu como uma luva para o Brusque. O clube conseguiu, com os cerca R$ 500 mil, aumentar o volume de investimento no elenco. Com o valor, os dirigentes conseguiram elevar em 20% a folha salarial do elenco em comparação com 2017, maior valor de investimento no time profissional dos últimos anos.
Para que se tenha uma ideia, o montante é referente a cerca de 30% da receita líquida completa do Bruscão durante todo o ano de 2016 – que foi de R$ 1,87 milhão. Com o valor (R$ 500 mil) seria possível pagar, por exemplo, três meses de salários para o elenco profissional na última temporada.
No entanto, o clube não poderá aplicar todo o dinheiro que virá da competição no futebol. O Brusque ainda tem gastos com dívidas passadas, transporte, base, hospedagem de atletas e outras despesas que oneram os cofres quadricolores.
Os R$ 500 mil serão depositados na conta do Brusque próximo ao dia da partida contra o Ceará, que será entre o fim de janeiro e início de fevereiro (data ainda não está confirmada), no estádio Augusto Bauer.
Caso avance, o clube receberá mais R$ 600 mil. Um inédito avanço para a terceira fase faria com que o clube embolsasse mais R$ 1,4 milhão. Neste ano a CBF praticamente dobrou o valor das premiações.
Elenco difícil de montar
Um dos responsáveis pela montagem do elenco foi Carlos Beuting, que revelou que, embora o valor de investimento tenha aumentado, houve grande dificuldade para chegar ao elenco que está hoje 90% completo.
“O grupo está composto por atletas que têm mercado em clubes de Série A e Série B, casos de França e Antônio Carlos. Eles aguardaram muito pelas propostas maiores, por isso tivemos dificuldade em fechar negócio. O fato de eles serem badalados, porém, não foi o objetivo das contratações, e sim a qualidade técnica”.
Embora concorde que o dinheiro da Copa do Brasil tenha sido fundamental para o maior investimento na folha salarial do clube, Beuting diz também que houve outras fontes.
“As empresas parceiras do Brusque também toparam aumentar o valor de patrocínio. Com isso formamos um elenco que nos cria as melhores expectativas possíveis, embora o futebol sempre surpreenda”.
Mas ao menos uma fonte de recursos teve uma redução considerável. Nesse ano, a emissora detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Catarinense pagará R$ 300 mil ao Brusque – em 2017 foi cerca de R$ 500 mil, uma redução de 60%.
Pés no chão
Apesar do aumento, André Rezini, conselheiro do clube, diz que não é motivo para alarde.
“Não foi muita coisa, e em comparação com o elenco de 2017 a mudança é pouca. Temos que esclarecer que o Brusque tem diversas despesas e que não tem nenhum jogador aqui recebendo um monte de dinheiro, há um equilíbrio”.
Rezini revelou ainda que os valores das próximas fases da Copa do Brasil não estão previstos no orçamento do clube, ou seja, seria uma sobra de caixa considerável. “Não incluímos esse valor, porque o futebol não é uma ciência exata. Se vier, poderemos aumentar o investimento no elenco da Série D”, explica.