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Chegada da terceira onda de Covid-19 é realidade no estado, apontam autoridades

Dados epidemiológicos apontam que Santa Catarina voltou a registrar elevação na contaminação

Dados epidemiológicos apontam que Santa Catarina voltou a registrar elevação na contaminação por Covid-19 nas últimas semanas. Autoridades indicam que o aumento indica uma terceira onda da pandemia e pode colocar o estado em situação ainda mais crítica.

Assunto foi discutido na audiência pública de prestações de contas da Secretaria de Estado da Saúde e da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, realizada nesta quarta-feira, 26. Situação gera alerta, pois os índices de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) continuam elevados.

O diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, Eduardo Macário, afirmou que houve aumento no número de casos em relação ao que havia sido projetado para as últimas semanas. “Não são exageradas as projeções que fazemos. É realidade. A terceira onda vem se desenhando em Santa Catarina”, disse.

Segundo ele, ocorreram 1,3 mil casos a mais do que os 19 mil que haviam sido projetados nas últimas semanas. “Já conseguimos afirmar com certeza que houve aumento de casos, indicando a tendência de uma terceira onda, apesar de ter ocorrido diminuição do número de óbitos, de 600 [estimados] para 500 confirmados.”

O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) questionou o que tem sido feito pela Secretaria de Estado da Saúde em preparação para o agravamento da crise, na iminência dessa terceira onda. O deputado relatou que existem hoje 1.080 pessoas ocupando leitos de UTI – os índices de ocupação são de 95% na maioria das regiões e continuam em 100% na região Oeste.

Na mesma linha, o promotor Douglas Martins afirmou que o cenário é muito preocupante e questionou como estão os estoques de medicamentos e se a Secretaria de Saúde tem controle dos estoques dos hospitais filantrópicos, em especial do kit entubação.

O secretário-adjunto da Saúde, Alexandre Lencina Fagundes, que participou da audiência, informou que a secretaria trabalha com um estoque mínimo de anestésicos para 30 dias para as 11 unidades hospitalares com gestão própria ou terceirizada, as quais fazem parte dos 61 hospitais da rede Covid.

Ele acrescentou que a secretaria dá suporte à rede hospitalar contratualizada e à rede filantrópica em momentos críticos, mas que o Estado não tem capacidade de fazer a manutenção de toda a rede.

“O mercado está com dificuldade de abastecimento, é uma questão internacional.” Mas conforme Lencina, “tecnicamente, até o momento, não houve desabastecimento, ainda que tenham ocorrido momentos críticos”.

Prestação de contas

O impacto da pandemia de coronavírus pode ser observado na alocação dos recursos da pasta. Enquanto 53% dos recursos previstos para gestão de média e alta complexidade foram empenhados, nenhum recurso dos R$ 31 milhões previstos para cirurgias eletivas foi efetivado, em função da suspensão desses procedimentos.

O secretário-adjunto destacou que o cenário da pandemia não permitiu evolução dos mutirões de cirurgias eletivas, já que esses procedimentos precisaram ser suspensos pela carência do kit entubação, sob pena de prejudicar os pacientes em tratamento de Covid.

No início da pandemia, havia cerca de 60 mil pessoas aguardando uma cirurgia no estado. Hoje, perto de 100 mil pessoas estão nas filas de espera, conforme Lencina. Uma portaria em vigor há dez dias permite a retomada dos procedimentos, “desde que as unidades garantam quantitativo de medicamentos necessário para o atendimento Covid”.


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