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Cesta básica de Brusque termina 2016 estável

Aumento foi de 0,78% entre janeiro e dezembro; junho foi o mês com os maiores preços

A cesta básica de Brusque fechou 2016 com um aumento de 0,78% na comparação entre o primeiro e último mês do ano. As maiores elevações dos preços durante o ano foram em junho, quando custou R$ 419,24, em agosto (R$ 412,96), em julho (R$ 410,83) e em outubro (R$ 410,39). Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical Estatística Estudos Socioeconômico (Dieese).

O supervisor técnico do Dieese, José Álvaro de Lima Cardoso, afirma que o acumulado de aumento no ano foi pequeno pela regularidade da oferta dos alimentos que compõem a cesta. Além disso, ano passado o Brasil não teve grandes problemas climáticos, sendo assim, a produção dos alimentos não sofreu prejuízos como em anos anteriores. “O que mais observamos também é o comportamento da carne, pois ela representa, em média, 40% do custo total da cesta e é o produto mais pesado. Então se tem aumento significativo na carne, a cesta tende a seguir e vice-versa”, explica.
Ele acrescenta que as variações geralmente ocorrem quando um ou dois produtos pressionam os preços. “Se há um desabastecimento no mercado de um dos alimentos que mais pesam na cesta, como o pão, tomate e carne, logo o valor sobe”, diz.

Entre os fatores que explicam a estabilização do preço da cesta básica, segundo Cardoso, há também a questão da crise econômica. “Nesse processo de recessão o consumo de tudo cai. Mesmo sabendo que o consumo de alimentos é o último item a ser afetado, as pessoas estão se precavendo, pois os tempos podem se tornar mais duros ainda”, analisa.

Cardoso avalia que mesmo com a estabilização do preço dos 13 produtos que compõem a cesta básica, o valor ainda é alto, pois fechou o ano com quase metade do salário mínimo líquido, de R$ 809,60. “É muito alto, considerando o fato de que o valor da cesta básica é calculado para um adulto trabalhador durante um mês. Não estamos falando de uma cesta com quantidades para uma família de quatro pessoas, por exemplo”, diz. Na visão do supervisor técnico do Dieese, a cesta básica deveria custar, no máximo, 10% do salário.


2017 começa com queda nos preços

O primeiro mês do ano começou com uma queda de 1,04% no valor da cesta básica em Brusque, que ficou com gasto mensal de R$ 382,82. No entanto, o salário mínimo teve um aumento 6,47%, ou seja, passou para R$ 937. O produto que teve maior aumento em janeiro foi a banana, com 14,29%, seguido do óleo de cozinha, com 9,07%. Em contrapartida, os alimentos que mais diminuíram foram o tomate, com queda de 32,52% e a batata, com 14,97%.

De acordo com o Dieese, o valor ideal do salário mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas seria de R$ 3.811,29.