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CDL pede atuação mais eficaz da prefeitura para reduzir número de andarilhos

Encontro teve intuito de levantar sugestões de melhorias que serão encaminhadas à prefeitura

Na noite desta quarta-feira, 8, a diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque se reuniu com o secretário de Assistência Social de Brusque, Deivis Silva, e o delegado regional, Fernando de Faveri, para discutir sugestões de melhorias em relação à situação dos andarilhos em Brusque. Também estiveram presentes no encontro, que ocorreu na sede da entidade, Samuel Patissi, representado o Observatório Social de Brusque e o diretor da Acibr, Marlon Sassi.

Conforme o presidente da CDL, Fabrício Zen, o intuito da reunião é de cobrar mais ações e levar propostas de melhorias ao Executivo. “Sabemos que o problema não é fácil. Mesmo com esforço da prefeitura, você acaba só deslocando o problema de uma determinada região para outra. Queremos saber se existe ou se é necessário fazer uma legislação municipal. Se tem que partir do Executivo, vamos cobrar do Executivo. Se tem que partir do Legislativo, vamos cobrar deles”, garante.

Segundo ele, a CDL tem recebido relatos de comerciantes que encontram com frequência andarilhos dormindo em frente aos estabelecimentos e, em alguns casos, eles respondem de forma ríspida quando os proprietários pedem para sair do local.

“É uma situação complicada porque se você é dono de um estabelecimento comercial, você vai discutir com essa pessoa? Quem sabe no outro dia você tem uma vidraça quebrada ou a loja roubada. Então o lojista fica acuado com a situação”, revela.

Comerciante do Centro relatou situação que vivenciou com andarilhos / Foto: Eliz Haacke

O secretário de Assistência Social trouxe dados publicados ontem pelo jornal O Município, os quais revelam que apenas neste ano já foram compradas 125 passagens para que andarilhos retornem ao município de origem. Com isso, foram gastos mais de R$ 16 mil. Segundo ele, a pasta compra passagens apenas até São Paulo.

Ele também apresentou fotos dos trabalhos que já foram realizados pela pasta, como por exemplo, nos bairros Paquetá, Azambuja e Centro. Ele afirma que locais de fácil acesso são os mais utilizados pelos andarilhos como casas e prédios abandonados ou espaços sem muro ou portão.

Relatos de comerciantes
Volnei Ferreira, proprietário do Laboratório de Análises Clínicas Heinz Willrich, localizado na rua Adriano Schaeffer, no Centro, mostrou aos participantes a situação da casa abandonada em frente ao estabelecimento e do prédio ao lado da residência. Segundo ele, os andarilhos já ocuparam a residência.

Ele disse que não é a primeira vez que o laboratório sofre com os moradores de rua. Como a situação está se intensificando, ele conversou com os comerciantes locais que decidiram se reunir e pedir uma atuação da prefeitura quanto ao problema.

“Você acorda e abre a janela, tem alguém te olhando. Sai de casa, tem alguém te olhando. A gente fica inseguro”, afirma.

Ele sugeriu durante a reunião que fosse criada uma parceria entre a prefeitura e as igrejas para que durante as abordagens, essas pessoas pudessem encontrar um caminho por meio da fé. Além disso, ele também indicou a criação de um projeto no qual os donos de casas ou terrenos baldios recebessem uma intimação para que eles dificultem o acesso desses locais com muros ou portões.

Cristina Barros, que é proprietária da Vale Cred, localizada na mesma via, relatou que por vezes já passou em frente à casa e sentiu um cheiro muito forte de urina e fezes. Além disso, ela também informou que já foi ameaçada por um andarilho que garantiu saber o horário de atendimento dela e qual carro possuía. “Não posso ficar refém deles”, lamenta.

Delegado Fernando de Faveri entregou propostas para presidente da CDL, Fabrício Zen / Foto: Eliz Haacke

Sugestões do delegado
O delegado também apresentou à diretoria duas medidas do Projeto Integrado de Segurança Pública, que foi elaborado por ele. As medidas são o controle do espaço urbano e a conversão da Guarda de Trânsito em Guarda Municipal.

Segundo ele, com o controle de espaço urbano seria possível regulamentar os ambulantes que circulam pelo município. Além disso, ele também defende que é necessário fazer alterações na legislação da Guarda de Trânsito do município, entre elas a conversão para Guarda Municipal e autorização para porte de arma de fogo.

“Temos profissionais do mais alto gabarito. Temos dois no Centro da cidade que não podem regular o espaço urbano porque não têm autorização legal. Eles poderiam ajudar o secretário (de Assistência Social) nas abordagens, mas não farão, porque não têm autorização para isso”, diz de Faveri.

Ele entregou uma cópia das medidas do projeto ao presidente da CDL, além de uma cópia da lei de Guarda de Trânsito Municipal com sugestões de alguns incisos como zelar pelos bens públicos municipais, prevenir e inibir o comércio irregular e atuar na segurança escolar.

O resultado da reunião será apresentado ao poder Executivo em forma de documento com as sugestões de melhorias que podem contribuir com a situação dos andarilhos no município.