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Caso das marmitas: polícia confirma registro de dez boletins de ocorrência em Blumenau

Delegado Felipe Orsi fala sobre investigações

Foram registrados dez boletins de ocorrência relacionados ao suposto projeto “Alimentando Necessidades” na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Blumenau, nessa quinta-feira, 29.

O delegado responsável pelas investigações, Felipe Orsi, afirma que ainda estão codificando o número total de vítimas que fizeram boletins de ocorrência sobre o caso, uma vez que há registros tanto no estado de Santa Catarina, quanto fora dele.

“Ainda não recebemos os boletins de ocorrência de fora do estado, porque o trâmite demora mais. Porém, já nos comunicamos informalmente com algumas vítimas e estamos procedendo a investigação”, afirma o delegado.

O delegado também afirma que chegaram mais boletins na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Blumenau. Segundo ele, embora ainda não seja definitivo que o projeto se trata de uma fraude, os indícios da investigação apontam para a confirmação da hipótese. De acordo com o delegado, foram muitas vítimas.

“São muitas vítimas, embora o dano seja pequeno individualmente, coletivamente ele é bem alto. Estamos procedendo na investigação, ainda não tem definitivo que se trata de uma fraude, mas há indícios disso”, alega o delegado.

O caso das marmitas

A criadora do projeto Alimentando Necessidades é Maria Eduarda Poleza Rosa, de 19 anos. O caso ganhou visibilidade quando diversas pessoas que fizeram doações e outras que seguiram o projeto, começaram a desconfiar da veracidade da ação após um grupo de pesquisa autônomo publicar uma espécie de “dossiê” sobre o caso.

A desconfiança começou pela quantidade de fios (expressão usada no Twitter para contar histórias em uma sequência de postagens) que engajaram nos perfis das duas coordenadoras do projeto, Duda Poleza e sua suposta amiga, Taynara Motta. O caso foi trazido em primeira mão por reportagem do jornal O Município Blumenau.

Ambas publicaram prints de conversas que tiveram milhares de reações e divulgaram ainda mais o projeto. Em um dos casos um rapaz pede fotos nuas em troca de doação, já em outro uma pessoa oferece uma suposta carne vencida para que seja utilizada nas marmitas.

Num caso mais antigo e grave, Taynara, conta sobre uma experiência de estupro que teria sofrido. Em todas as publicações o perfil do projeto é divulgado, juntamente com uma chave pix para doações.

A suspeita de golpe se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Diversos perfis conhecidos comentaram sobre a questão, denominando o caso como “Marmitagate”. Até o perfil do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que atua fortemente na doação de alimentos nas periferias do Brasil, citou a polêmica.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e acompanhado pelo Ministério Público de Santa Catarina.

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