Brusque tem saldo positivo de 1,1 mil empregos formais em setembro
Dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
Brusque teve um saldo positivo de 1,1 mil empregos formais em setembro. É o terceiro mês consecutivo que o município registra um número positivo. Esta é a primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19 que o saldo é superior a mil. A última vez foi em fevereiro, quando foi registrado um saldo de 1.337 novos empregos formais criados.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado mês a mês pelo Ministério da Economia.
Com o saldo de setembro, Brusque fica com um estoque de 48.980 empregos formais, número 2,3% maior do que o registrado em agosto.
O setor que mais teve admissões no mês foi o da indústria, com um saldo de 822 empregos formais. É o quarto mês consecutivo que esta atividade econômica tem mais contratações que as demais.
Em segundo lugar aparece o Comércio, com 607 admissões. Logo em seguida o setor de serviços com 413 contratações e, por último, a construção civil, com 129 admissões. A mesma sequência se repete nos desligamentos e no saldo de empregos.
O cenário do saldo de empregos por área de atividade econômica é o mesmo do que o mês anterior.
A presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Rita Cassia Conti, acredita que o cenário deve se manter pelos próximos meses na nossa região. Embora o desemprego esteja alto no país, em Brusque o mercado deve continuar aquecido.
Apesar de o saldo de setembro ser semelhante ao quadro anterior à pandemia, Rita diz que é preciso ter cuidado. “Está voltando ao normal, mas tem que cuidar muito porque a gente ainda convive com a pandemia”, enfatiza.
A avaliação da presidente da Acibr é que a geração de empregos foi causada pela movimentação no mercado interno. A alta do dólar fez com que o comércio procurasse comprar das indústrias do país, o que resulta em mais produção e mais empregos. Contudo, é preciso ter cautela. “O momento é aquecido, mas delicado porque na indústria como um todo está faltando insumos. A gente tem que ficar atento a isso”.
Outro ponto que é visto como um fator pelo giro do comércio e como consequência a geração de empregos, é o auxílio emergencial pago pelo governo federal neste período de pandemia.
Embora exista o risco de novas ondas da Covid-19, a expectativa de Rita é de que será um bom ano. “Tudo tem que ter um cuidado, mas estamos sabendo gerir melhor essas adversidades, isso favorece”, finaliza.
Setor da construção já sente reflexos do aumento de preços no setor
Por dois meses consecutivos, em maio e junho, a construção civil puxou a geração de empregos em Brusque. Agora, o setor aparece em último nos dados, o que já é reflexo da crise que o setor enfrenta devido à alta nos preços do mercado e à falta de matéria-prima.
Como os contratos são fixos e não é possível ajustar os valores, com o cenário ocorre uma desaceleração das obras. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário (Sinduscon) de Brusque e região, Fernando José de Oliveira, diz que não devem ocorrer demissões. “Não vai chegar a esse ponto”.
O quadro previsto para os próximos meses é de uma estagnada na geração de empregos. Novos postos de trabalho formais não serão gerados pelo fato de as obras estarem mais lentas devido aos problemas enfrentados pelo setor.
Nesta quinta-feira, 29, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo estuda reduzir a tarifa de importação do material de construção. Oliveira afirma que, se isso acontecer, o setor ganhará fôlego para enfrentar as adversidades.