Brusque registra maior número de mortes de bebês com menos de um ano desde 1996

Em 2020 morreram 24 bebês no município, o número mais alto da série histórica

Brusque registra maior número de mortes de bebês com menos de um ano desde 1996

Em 2020 morreram 24 bebês no município, o número mais alto da série histórica

O município de Brusque registrou em 2020, o maior número de mortes de bebês com menos de um ano desde 1996. De acordo com dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, no ano passado, a cidade contabilizou 24 óbitos de crianças nessa faixa etária.

Segundo a diretora-geral da Secretaria de Saúde de Brusque, Camila Pereira, apesar do número alto, sempre é considerada a proporção de nascidos vivos. “A taxa deu 12,5%, e o Ministério da Saúde preconiza que seja menos que 25% e o município nunca chegou a 13%”, informa.

A diretora-geral destaca que a pandemia do coronavírus diminuiu a procura das grávidas por atendimento médico. “Não é desculpa, mas a pandemia colaborou para a procura médica tardia, muitas vezes”, comenta. Em comparação, ela destaca que em 2019 foram registradas 16 mortes de bebês na cidade.

Camila ressalta casos de “gestantes que ignoram algum sintoma, como exemplo de infecção urinária e não procuram atendimento, quando a maioria dos casos de prematuridade é relacionado com a infecção urinária”.

Questionada sobre casos de gestantes associados ao coronavírus, ela informa que apenas um caso foi investigado, mas que não teve relação com a doença.

De 2015 até ano passado, 2016 foi o ano com menos óbitos, onde seis foram registrados. Já 2017, foi um dos últimos anos com número expressivo, contabilizando 21 mortes.

Investigação das mortes de bebês

De acordo com a diretora-geral, os dados de todos os óbitos contabilizados devem ser finalizados até o final de junho pelo Comitê Municipal de Prevenção dos Óbitos Maternos, Infantil e Fetal (Compomif) de Brusque. A mortalidade é considerada infantil a partir de 20 semanas de gestação ou um feto maior que 500 gramas.

Ela informa de antemão que alguns casos na cidade foram bebês com má formação e fetos com pouco mais que 500 gramas, que entram para a estatística.

A coordenadora do Compomif, Sheila Neves, informa que o comitê desde 2019 investiga todos os óbitos nos casos em que a mãe falece, o bebê nasce e morre, e quando o bebê morre na barriga da mãe, chamado óbito fetal.

Com a suspensão das reuniões por conta da pandemia, ela ressalta que alguns casos de 2020 precisam ser discutidos entre o comitê. No dia 24 de junho, haverá uma reunião onde os dados das mortes serão divulgadas.

“Não serão identificados pessoas e profissionais, mas os dados são usados para trabalhar com a questão da prevenção e traçar metas para que casos assim não aconteçam”, comenta.

Prevenção

Dentro do programa Rede Cegonha, que procura melhorar o pré-natal das gestantes, o município lançou o programa Primeiro Abraço, voltado para a saúde do bebê, em maio deste ano.

Sheila também é coordenadora do Primeiro Abraço, que tem como objetivo manter o acompanhamento médico da mãe e do bebê mais frequente. Assim que a criança nasce, já recebe uma data para atendimento na unidade básica de saúde, recebe as vacinas no hospital e faz o teste da linguinha, explica Sheila.

“O primeiro atendimento ajuda evitar situações de perigo, pois o risco de mortalidade é maior nos primeiros 28 dias de vida. A unidade fica atenta, também acompanha a amamentação e cuidados importantes nos primeiras dias, evitando internações e chances de óbito”, ressalta a coordenadora.

Mortes de bebês com menos de um ano em Brusque

Ano Óbitos 
1996 19
1997 13
1998 16
1999 14
2000 13
2001 18
2002 16
2003 22
2004 14
2005 11
2006 11
2007 5
2008 14
2009 14
2010 14
2011 19
2012 16
2013 19
2014 17
2015 13
2016 6
2017 21
2018 18
2019 16
2020 24

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