Brusque registra aumento na venda de veículos financiados
Com a queda na taxa de juros, mercado registra crescimento na procura de automóveis
A crise financeira trouxe, junto consigo, o aumento na inadimplência, e um dos setores que mais sofreu foi o automotivo – principalmente pela facilidade de crédito nos anos que antecederam a crise econômica. Mas o mercado já começa a reagir.
O financiamento de automóveis voltou a ser a grande atração dos clientes, já que as taxas de juros apresentaram baixa. Em setembro o Banco Central reduziu a taxa básica, também conhecida como taxa Selic, para o menor nível em quatro anos. Além disso, com a redução da inadimplência, os bancos conseguiram apresentar soluções mais viáveis.
Estas medidas surtiram um resultado praticamente imediato. Segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), de setembro para outubro houve aumento de 1,1% na venda de carros. Os dados comparativos com o mesmo mês de 2016 mostram uma evolução positiva de 15,1%.
Juros baixos
Gerente geral do Bóca Mafra Automóveis, Ambrósio Mafra Neto afirma que houve aumento na venda de veículos novos, mas principalmente seminovos. As garantias estendidas e também o novo produto da empresa, que é oferecer mais um ano de garantia para veículos a partir do ano 2009, os veículos com quilômetros rodadas também se tornaram atrativos, inclusive para o antes fiel cliente de carros 0 km.
Para Neto, há otimismo para os próximos meses. “Houve um aumento tão importante na venda de veículos que os números que se esperavam somente para 2019 já devem ser alcançados no primeiro semestre de 2018”, diz.
A média da taxa de juros para os financiamentos também baixou consideravelmente, conforme explica o gerente. “A gente trabalhava com cerca de 1,5%, mas hoje já conseguimos atingir 0,99% ao mês. Claro que para atingir esta marca há uma série de condições, mas é importante poder oferecer este índice baixo”.
O financiamento é uma fatia importante para o Bóca Mafra, já que na empresa existem quatro financiadoras que trabalham em conjunto com os vendedores. Além delas mais três são parceiras do estabelecimento.
Maioria de financiamentos
Na Honda Takai de Brusque, 60% dos veículos são vendidos com alguma modalidade de financiamento. A empresa trabalha com outros parceiros para o procedimento, mas a prioridade é o Banco Honda, como explica a coordenadora de vendas, Maria Tereza Ferreira. “O Banco Honda consegue chegar às mesmas condições das demais instituições financeiras. Principalmente após a baixa da taxa Selic, há aproximadamente três meses nós registramos aumento nos financiamentos”.
Durante os anos da crise, a Honda conseguiu registrar um volume baixo na inadimplência, devido, inclusive, aos critérios mais rigorosos da financiadora. “É uma análise de crédito boa e bastante criteriosa, que envolve pouco risco”, explica Maria.
O crescimento de vendas na Uvel também foi notório. Segundo um levantamento interno, houve um aumento de 20 a 25% em outubro em relação ao mesmo mês de 2016. “A baixa da taxa Selic ajudou muito, até porque os clientes, sabendo da redução, cobram da gente”, diz a supervisora de financiamento da concessionária, Bruna Sozi.
Segundo Bruna, há incentivo da fabricante para que os veículos sigam com financiamento. “Mesmo quem tem o dinheiro à vista recebe a recomendação de adquirir o veículo com financiamento na nossa taxa zero”, diz. Na Uvel, mais de 90% dos veículos são financiados. A empresa trabalha com vários parceiros, mas prioriza o Banco Chevrolet. “Com o banco próprio nós conseguimos condições que outros não conseguiriam”, diz.