Bolsonaro reclama de “má vontade” da mídia nacional em interpretar suas declarações
Bolsonaro reclama de “má vontade” da mídia nacional em interpretar suas declarações
- Por Raul Sartori
- 23/08/2019
- 4:49
Desabafo de Bolsonaro
Exibindo o máximo de simpatia e cordialidade ao receber lideranças da mídia regional da região Sul do Brasil – dentre elas várias de SC –, ontem de manhã, o presidente Jair Bolsonaro fez um desabafo já conhecido. Reclamou da má vontade da mídia nacional em interpretar suas declarações sobre diversos assuntos. “Esse é o meu jeito de falar. Jeito que o povo entende. E não vou mudar”. O general Luiz Eduardo Ramos, observou em seguida: “Esse é o jeito sincero do presidente. Discurso que foi eleito pelo povo brasileiro”. Quanto a isso não há o que se discutir.
Incêndio
Por enquanto não é de bom tom convidar o governador Carlos Moisés e os deputados estaduais Jessé Lopes e Ana Caroline Campagnolo, também do PSL, para uma conversa a três. Há amigos acenando com bandeira branca, principalmente nas últimas horas. Em vão. Há mágoas e ressentimentos fortes de lado a lado. O motivo é um só: espaço e mando político.
Abuso de autoridade
Representantes da Associação de Praças de SC percorreram, essa semana, em Brasília, gabinetes de parlamentares catarinenses para protestar contra pontos do projeto de lei de abuso de autoridade. A entidade diz que se sancionado impactará diretamente na rotina de quem atua na ponta. A maior contrariedade é nos artigos que obriga o policial a identificar-se ao preso na hora da prisão e no que proíbe o policial de colocar algemas no preso quando não houver resistência ou ameaça de fuga.
Amigo do peito
O presidente Jair Bolsonaro se dirige aos cinco filhos como o 1, 2, 3, 4 e 5. Agora tem o que ele diz ser o 6. É o itajaiense Jorge Seif Junior, secretário nacional da Pesca. A intimidade entre os dois é percebida na constante presença ao vivo feita por Bolsonaro em redes sociais. De 24 recentes, Seif esteve em seis. Em algumas contando piadas e dando gargalhadas.
Amiga do Idoso
O Senado aprovou anteontem projeto de lei que cria o Programa Cidade Amiga do Idoso, com o objetivo de incentivar municípios a adotarem medidas para o envelhecimento saudável e para aumentar a qualidade de vida da pessoa idosa. O projeto determina que o município só poderá aderir ao programa, e assim receber verbas de fundos e programas federais, se tiver Conselho Municipal do Idoso em funcionamento. Ali é que está o busílis. Há dezenas de conselhos congêneres em SC, a quase totalidade só no papel, só para constar. Uma fantasia.
Imoralidade no fim
Finalmente, uma comissão especial do Congresso Nacional vai analisar a admissibilidade da providencial Proposta de Emenda à Constituição 85/11, que impede o pagamento de aposentadoria vitalícia a prefeitos, governadores e presidentes da República. Vários estados, como SC, ainda pagam subsídios aos ex-chefes do Executivo.
Troponina
Está pronto para apreciação em plenário projeto de lei que torna obrigatório o uso de exame rápido de troponina nas unidades de urgência e emergência de SC. Com ele podem ser diagnosticados sintomas de eminente enfarto agudo do miocárdio. Custa menos de R$ 20.
Sigilo quebrado
Aquele passarinho veio dizer que mais que qualquer um, é o próprio sócio-proprietário da notória empresa Espaço Aberto, Paulo Ney Almeida, quem deve temer pelo seu destino na CPI da Assembleia Legislativa que investiga supostas irregularidades na restauração da Ponte Hercílio Luz. Na reunião da CPI de anteontem, foi aprovada a quebra de sigilo fiscal e bancário de Almeida. Seu depoimentos anterior deixou “lacunas”. Hum…
Inédito
Devidamente registrado nas últimas horas em toda a grande mídia esportiva nacional, para humilhação do futebol de SC: a partida entre Figueirense e Cuiabá, terça-feira, pela Série B, foi a primeira na história das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro que não aconteceu porque um clube não pagou salário a seus jogadores. A propósito, o clube florianopolitano é tido como outra raridade no futebol brasileiro: é uma sociedade anônima desde 2018, e como ele só existe o Botafogo, de Ribeirão Preto (SP).
Carteiraço
Foi sancionada lei federal que torna válida como documento civil em todo o país a carteira de identidade funcional de senadores, deputados federais, estaduais e distritais e vereadores. A medida teve origem em projeto do senador Romário (Pode-RJ). Dá para imaginar o quanto o documento pode valer a mais que os demais em algumas situações.