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Barragem de Botuverá reduziria cheia em um ou dois metros em Brusque

Coordenador da Defesa Civil avalia que água não teria entrado nas casas se barragem estivesse em operação

Para o coordenador da Defesa Civil de Brusque, Edvilson Cugik, se a barragem de contenção de cheias de Botuverá estivesse já em operação, a cheia registrada nesta semana teria sido reduzida em um ou dois metros.

Cugik reitera que o pico do nível do rio ficou em 7,86 metros na segunda-feira, 5, o que fez com que a água atingisse algumas residências. Na sua avaliação, com a contenção das águas pela barragem, nenhuma residência teria sido atingida.

A barragem é prometida há anos pelo governo estadual mas, devido a diversos problemas burocráticos, ainda está na fase de licenciamento ambiental.

“Mesmo que ela atingisse a capacidade total de reservação, ela teria dado uma segurada nessa onda de cheias. Quando começassem a liberar água lá, estaríamos com o rio normal aqui”, explica.

O coordenador da Defesa Civil também afirma que, com a barragem, é possível dimensionar melhor os efeitos da cheia.

Ele afirma que a enchente de 2011, por exemplo, na qual o rio Itajaí-Mirim chegou a mais de dez metros, seria possível, com a barragem, que o nível do rio tivesse sido mantido em oito metros, fazendo com que a água demorasse mais a fluir, mas reduzindo seu potencial de estrago.

O funcionamento da barragem

Quando o projeto da barragem foi apresentado, o então secretário de estado da Defesa Civil e hoje deputado estadual, Milton Hobus, explicou a O Município como seria seu funcionamento.

Ele informou que, segundo os cálculos feitos pela equipe da Defesa Civil, a vazão natural do rio Itajaí-Mirim, em Brusque, pode chegar até 715 metros cúbicos por segundo.

Com a barragem, esse nível de vazão poderia ser reduzido para até 396 metros cúbicos por segundo, quase a metade.

Hobus disse que a metodologia de operação da barragem, quando concluída, é bastante simples. Ele explica que os técnicos liberam a vazão natural do rio enquanto o tempo está bom.

Quando passa a chover demais, a barragem tem comportas fechadas, retardando o fluxo das águas. A operação da barragem é feita seguindo o chamado plano hidrológico. Com base na previsão de chuva e do aumento da vazão do rio, é realizado o fechamento das comportas, conforme a previsão de quanto e onde irá chover.

A barragem, conforme o projeto, poderá represar até 20 milhões de metros cúbicos de água, localizada em uma área de 30 hectares, à margem direita do rio Itajaí-Mirim, com 45 metros de extensão.