Banda brusquense As Palavras Queimam lançará primeiro álbum Estado Paralelo
Grupo foi beneficiado pela Lei Aldir Blanc, no edital do município
“Vamos se ligar, vamos se ligar. Povo Brasileiro nós temos que se ligar.”, diz a música ‘A evolução da corrupção’ da banda brusquense As Palavras Queimam. O grupo vai irá lançar o primeiro álbum na quarta-feira, 31 de março.
A revolta é a inspiração deste novo projeto. Assim como o EP lançado em 2016, o disco busca causar indignação ao criticar o sistema. O Projeto foi viabilizado por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020) no município de Brusque. Que tem o objetivo de repassar recursos a fim de estruturar e apoiar o setor cultural neste contexto de pandemia.
O álbum intitulado “Estado Paralelo” terminou de ser gravado no último sábado, 20, e traz 10 composições autorais, com uma sonoridade que mistura rap e hardcore.
ara Marcos, conhecido como Zé, a escolha desses gêneros simboliza toda a indignação com as situações narradas nas letras das bandas, que vão desde pobreza à corrupção.
“Eu escuto rap desde criança, e atualmente, o que a gente escuta hoje não tem conteúdo nenhum, não mexe com o sentimento de quem ouve. Não estou falando de carinho, amor, paixão, nada disso, mas sim daquele sentimento que faz parar e pensar ver o que a gente tá passando”, conta Zé sobre a proposta do álbum.
Com influências de bandas como Racionais, Facção e Ratos de Porão, “Estado Paralelo” será lançado na metade do mês de março e promete revolucionar a cena do rap e hardcore local. O álbum será distribuído pela ONErpm e estará disponível gratuitamente para streaming nas plataformas Spotify, Apple Music, Youtube Music e Deezer na segunda semana de março.
Trajetória da banda
Criada oficialmente em 2014, As Palavras Queimam iniciou antes mesmo da formação inicial. Há mais de 13 anos, Zé escrevia raps de brincadeira junto a seu amigo Germano. Até que um dia, decidiram formar um grupo junto a uma amiga DJ e outro rapper.
Naquela época, por volta de 1998 e 1999, eles eram um dos poucos grupos da cidade a tocar músicas autorais deste gênero. Por isso, um deles decidiu organizar um evento e se apresentaram pela primeira vez, junto a outras bandas da região.
Com o fim do grupo apenas dez meses depois, Zé e Germano ficaram um tempo afastados da carreira musical. Mas o hiato durou pouco tempo. A banda iniciou no bairro Steffen, em Brusque.
“Saímos recolhendo a galera do bairro, porque precisávamos de baixista, bateria. A verdade é que a banda foi uma coisa do bairro. Todo esse movimento do rap até onde chegou hoje, começou lá no Steffen”, conta o vocalista. Foi nesse período que surgiu a ideia de misturar o rap com o hardcore, buscando sempre um tom de protesto nas composições.
Do Frango Frito Core ao As Palavras Queimam
Essa segunda banda, chamada FFC (Frango Frito Core), durou alguns anos, mas por motivos maiores, Zé se afastou. Nessa época, decidiu se dedicar mais ao trabalho e à família. Até que sua esposa, Letícia, vendo suas escritas de rap em casa, o incentivou a retornar para o meio musical, dando início ao Consciência de Rua, de 2009 à 2010.
Durante mais quatro anos, o vocalista se dedicou a outras tarefas, quando em 2014 reuniu a primeira formação da banda, que viria a se chamar As Palavras Queimam, com Lucas (baixo), Gustavo (guitarra), Iure (bateria), Zé (vocal) e Carlos (guitarra). Atualmente, da formação original, apenas Carlos e Zé continuam, mas Edinho (bateria), Victor (baixo) e Heliton (vocal) chegaram depois para agregar na sonoridade do que hoje é As Palavras Queimam.
O grupo lançou um EP autointitulado em 2016, com quatro músicas: As Palavras Queimam, Fuga, Enquadro e Aí Não. Depois do lançamento, a banda entrou em hiato, mas retornou no começo de 2020. No dia 31 de março, seu primeiro álbum denominado “Estado Paralelo” chega ao público, contemplado pela Lei Aldir Blanc.
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