Herbert Pastor

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E lá ja se vão 120 dias desde que “o mito” assumiu as rédeas da nação, com a incumbência de reconduzir o país, sofrido e massacrado, a um patamar de prosperidade e paz social.

Infelizmente, os primeiros meses da gestão Bolsonaro mostraram-se pouco auspiciosos, vítimas que foram do amadorismo administrativo e de uma comunicação deficiente nas altas esferas do governo federal.

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O rosário de anúncios, desmentidos, interpretações, avanços e recuos não demorou a nos atestar a falta de unidade de pensamento e ação do governo, o que deve ter contribuído para a queda de 14 pontos percentuais na popularidade do presidente.

Aparentemente, o próprio Bolsonaro já sentiu o drama pois acaba de ordenar que “o ministro que não se alinha com o meu pensamento deve ficar de boca fechada”.

Consequentemente,  Moro e Guedes deverão aprender libra urgentemente, pois não fazem parte da tribo presidencial Smiley confuso: são liberais e destoam ideologicamente da maioria, e só estão aí para tirar o Brasil do buraco.

O presidente, por sua vez, continua tomado por aquela obsessão populista de direita, tonificada diariamente por sua frenética prole e por aquele projeto de filósofo, Olavo de Carvalho, habitando as terras de Donald Trump.

E assim, enquanto que a economia continua estagnada, o desemprego cresce, o dólar sobe e a bolsa cai, a paciência dos brasileiros começa a dar leves sinais de desassossego e irritação.

O mandatário, porém, ao invés de envolver-se de corpo e alma no que interessa, ou seja ,a aprovação das reformas, prefere engajar-se numa cruzada moralista,que jamais deveria ser uma prioridade na agenda de um presidente da República.

Numa entrevista recente, revelou que o Brasil “não deveria ser o destino de turistas gays”, mas quem quiser transar com mulher, sempre será bem-vindo”.

Também arrumou uma encrenca ao vetar e tirar do ar uma propaganda do Banco do Brasil, abordando a diversidade e direcionada à clientela jovem, cujos personagens eram brancos, pretos, tatuados, héteros e gays, sob a locução de um sotaque nordestino. “Não é isto que o povo quer ver”, foi sua sentença.

Não é de estranhar que tais erupções fora do contexto do século XXI tenham levado o renomado Museu de História Natural de Nova Iorque a negar-se a hospedar o tradicional evento “Homem do Ano”, que em 2019 tem Bolsonaro como homenageado.

“Prestigiar uma personalidade racista e homofóbica contraria os princípios da instituição”, foi a alegação oficial.

Preocupante em Bolsonaro é a sua obsessão em desmantelar boa parte das instituições democráticas existentes, na convicção absoluta de que tudo que se fez antes de sua chegada está corrompido pela ineficiência, esquerdismo e corrupção.

O Ministério da Educação, paralisado desde janeiro por um feroz embate ideológico entre militares moderados e bolsonaristas, já foi palco de dezenas de demissões, inclusive um ministro.

O recém nomeado ministro Abraham Weintraub, financista e fiel discípulo de Olavo de Carvalho, tem como projeto principal a guerra ideológica, com total apoio do presidente da República.

Acaba de dar a sua primeira contribuição à educação nacional, anunciando um corte de verba de 30% para todas as universidades federais e uma drástica redução de investimento nos cursos de Ciências Humanas, que compreendem Filosofia, Ciências Naturais, Sociologia e Antropologia.

Pobre Brasil de amanhã: na melhor das hipóteses, rico e inculto. Felizmente nem tudo está perdido, pois o Brasil acaba de ganhar um campeonato mundial: não é o de futebol, mas sim o de desmatamento.

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Segundo dados da Universidade de Maryland,o Brasil foi campeoníssimo, com 1,3 milhão de hectares de floresta primária devastada no ano que passou, o que levou 602 cientistas europeus a solicitarem à União Europeia que as negociações comerciais com o Brasil sejam condicionadas à  sustentabilidade, à proteção dos direitos indígenas e à redução do desmatamento.

Todos concordam que o governo Central só governará à contento quando reinar a paz nos corredores do Palácio do Planalto, onde atualmente militares e bolsonaristas se digladiam numa feroz contenda ideológica, que já ameaça a governabilidade do país.

O “fogo amigo” dos filhos de Bolsonaro contra o vice Hamilton Mourão e os militares em geral já causa nervosismo entre os governistas, e alguns generais já emitem sinais de impaciência com a permissividade do presidente e de sua hesitação em colocar um ponto final no comportamento abusivo dos “meninos”. Preocupante.

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