Arte não é para mulheres?
Nos meios acadêmicos europeus, levantou-se uma questão sobre a baixa visibilidade da mulher em certas áreas da cultura humana. A arte como entendemos está subjetivamente mais ligada pela própria condição de gênero. A cultura é a expressão de como o ser humano se comunica, interpreta suas relações pessoais, sua vivência em determinado contexto histórico, manifestada […]
Nos meios acadêmicos europeus, levantou-se uma questão sobre a baixa visibilidade da mulher em certas áreas da cultura humana. A arte como entendemos está subjetivamente mais ligada pela própria condição de gênero. A cultura é a expressão de como o ser humano se comunica, interpreta suas relações pessoais, sua vivência em determinado contexto histórico, manifestada nas mais diferentes formas, seja pela música, dança, moda, linguagem, artes, alimentação, lazer, tradições e até na ciência.
A questão europeia levantada diz mais, sobre o porquê da pouca visibilidade dada às mulheres nas artes, particularmente na música, na pintura e nas ciências. O número de expressões de admiração ao longo da história se tem dado quase exclusivamente às obras do gênero masculino. Praticamente para elas são nulas, nestas expressões da arte que em tese nada tem a ver com diferenças meramente sexuais.
Historicamente teríamos que entrar, tanto pelo lado sociológico como antropológico, para levantar um véu sobre esta diferença.
Na condição antropológica de gêneros o par homem/mulher tem suas funções distintas na procriação, como em todos os demais seres vivos que pululam o planeta. Este par de gêneros contempla a cada parte sua função particular da continuação da vida. A mulher (ou a fêmea) tem sua função de gestar, pelo processo biológico proporcionado pelo seu par o homem (ou o macho). A função de gestar, leva no seu próprio organismo o desenvolvimento de toda descendência. Pelo lado sociológico, ficou para ela o cuidado ou a carga maior da preservação da espécie; acidentalmente, permitiu maior liberdade para o ser macho na natureza. É a lei natural que todas as espécies vivas se submetem.
Por este viés, a liberdade proporcionada ao homem, lhe permitiu pela sua inteligência (na mulher é exatamente igual), desenvolver o lado mais cognitivo da mente, permitindo maior liberdade para criatividade e mesmo reflexão.
As limitações da mulher pela história, lhe colocou numa condição de menos oportunidade para desenvolver sua própria criatividade, fora das condições de maternidade, mas sem perda de sua dignidade.
Agora círculos acadêmicos, ressaltam que esta desvantagem é a manifestação cultural histórica do comportamento machista que se instalou na sociedade desde os tempos da caverna. Talvez agora, com as condições da mulher moderna, será dada a oportunidade de mais espaço para manifestar sua criatividade.
A condição no passado da mulher ter que suportar a geração natural de uma prole numerosa, não lhe permitia maior liberdade de criatividade além do lar; agora com a possibilidade que a ciência lhe deu em controlar sua prole, lhe sobrará mais tempo e espaço, de manifestar sua capacidade criativa, tão igual ou talvez até melhor que o próprio homem, dado sua singular sensibilidade; sobejamente conhecida no cuidado e zelo dos filhos gerados.