Após polêmica, indústria têxtil pode ser instalada próxima à ETA Cristalina
Agora, a possibilidade é no outro lado do rio Itajaí-Mirim, em Guabiruba
Agora, a possibilidade é no outro lado do rio Itajaí-Mirim, em Guabiruba
Uma indústria da cadeira têxtil pode ser construída próximo à futura Estação de Tratamento de Água (ETA) da Cristalina, projetada pelo Samae de Brusque. No entanto, do outro lado do rio Itajaí-Mirim, em Guabiruba.
De acordo com a secretária de Meio Ambiente de Guabiruba, Bruna Eli Ebele, foi dada a autorização de uma terraplanagem e extensão de rede elétrica, na rua Silvério Régis, no bairro Lageado Baixo. A área possui pouco mais de 32 mil metros quadrados.
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A Secretaria de Planejamento Urbano e Infraestrutura do município concedeu alvará de construção de um galpão industrial. Segundo fontes consultadas pela reportagem, o mais provável é que seja uma tinturaria.
A Resolução nº 98 do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) diz que os serviços industriais de tinturaria, de estamparia (exceto por sublimação ou digital, desde que sem lavagem), de lavanderia ou de outros processos de acabamentos são classificados como grandes potenciais poluidores.
Por isso, para ser licenciada, a empresa precisa da autorização do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), órgão estadual. “Por ser uma empresa grande. A gente solicita essa licença ambiental final, na hora de dar o habite-se do galpão”, explica.
Em 2018, a preocupação da instalação de uma tinturaria próxima ao local onde ficará a ETA da Cristalina foi fortemente debatida.
Moradores do entorno, em Brusque, foram contra a mudança do plano diretor do bairro, de área rual para área urbana.
Em março deste ano, a Associação de Moradores do Bairro Dom Joaquim pediu pela urbanização proposta pela prefeitura, mas sem a possibilidade de estabelecimento de algumas empresas, principalmente as mais poluidoras.
Com a falta de consenso com a comunidade, a prefeitura retirou o projeto da Câmara de Vereadores. O assunto voltará a ser debatido no próximo ano, quando o plano diretor da cidade será reformulado.
Contudo, o zoneamento do plano diretor de Guabiruba classifica a região, na qual fica a rua em questão, como Zona Industrial. “Por lá, não há outras indústrias próximas, apenas da outra margem do rio, em Botuverá”, conta Bruna.
Bruna ressalta que, caso o IMA licenciar a empresa, ele que tem a responsabilidade de fiscalizá-la. Entretanto, na existência de irregularidades, a secretaria também pode interferir.
Porém, segundo Bruna, se os programas ambientais aprovados pelo IMA forem executados corretamente, não terá risco de poluição e danos ambientais.
“Como o tratamento adequado dos efluentes, resíduos sólidos e emissões atmosféricas não haverá contaminação do solo, água e ar”, complementa.
De acordo com o diretor-presidente do Samae Brusque, Dejair Machado, caso ocorra a instalação de uma tinturaria, os efluentes não poderão ser jogados no rio, pois é proibido por lei. “Qualquer constatação será feita uma análise, consequentemente será feita uma denúncia”, conta.
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Para ele, é possível que os efluente sejam encaminhados para tratamento pela Riovivo Ambiental, como muitas tinturarias fazem.
No entanto, destaca que, se for instalada uma empresa desse porte no local, a fiscalização estará em cima. “Jogando o efluente no rio, os órgãos de defesa do meio ambiente deverão atuar”, finaliza.