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Após mais de um ano de pandemia, demanda por doações segue alta em Brusque

Governo e Ação Social se esforçam para atender moradores de rua e pessoas com problemas financeiros

Em mais de um ano de pandemia, toda a população foi afetada de alguma forma. Em Brusque, desde março de 2020, a comunidade se mobilizou para fazer doações e ajudar quem sofre mais os reflexos deste momento de dificuldade para todo o mundo.

Secretário de Desenvolvimento Social, Jocimar dos Santos conta que, até hoje, a prefeitura ainda é procurada por muitas pessoas que querem ajudar. Além das doações mais comuns, de alimentos, roupas e móveis, ele conta que recentemente recebeu cadeira de rodas e de banho adaptadas.

Mudança de perfil

O secretário conta que, em média, cerca de mil famílias recebem cestas básicas da prefeitura por mês.

“Nenhuma família que procura a Assistência Social e se encaixa nos critérios, sai sem a cesta básica. Temos que seguir um procedimento técnico, que inclui documentação que comprove que a pessoa está desempregada, ou que perdeu o comércio e também que reside em Brusque. Concedemos até auxílio funeral para famílias que nos procuraram e comprovaram a vulnerabilidade”.

Ele conta que, desde o início da pandemia, percebe-se uma mudança de perfil das pessoas que procuram a secretaria para receber doações. Pessoas que perderam o emprego ou que viram seus negócios minguarem procuram assistência por causa das dificuldades financeiras causadas pelo descontrole no combate à pandemia.

“Pessoas que antes tinham seu trabalho ou tinham um negócio, mas não conseguem se manter, estão a ponto de fechar, têm que procurar assistência por causa da pandemia, porque não tem mais emprego. Alguns relatam que nem conseguem mais comprar alimento. Muitas pessoas me procuram para contar sobre as necessidades”, relata.

Jocimar ressalta que pessoas que perderam o emprego ou têm problema de saúde podem procurar o benefício do renda cidadã e que novas medidas estão sendo estudadas pela secretaria.

Para se informar em como doar o caminho é ligar para o telefone da prefeitura e pedir transferência para a Secretaria de Desenvolvimento Social. Para saber como receber doações a orientação é procurar uma das unidades do Cras, no Azambuja ou Limeira, ou ir até a prefeitura para triagem.

Ação Social Paroquial se adapta para manter atendimento

A Ação Social Paroquial São Luís Gonzaga também mantém um trabalho importante de atendimento à população carente da cidade. A assistente social Patricia Antonietti conta que, mesmo com novos obstáculos estabelecidos pela pandemia, a equipe continua empenhada para continuar com as doações.

“Nós tínhamos programado para fazer um drive thru (para arrecadar doações), mas tivemos que cancelar por causa das restrições, e estávamos sem alimento. Mas aí os padres passaram a solicitar nas missas e tivemos uma resposta muito positiva, passou a chegar muita coisa. As pessoas que vão às missas vão comunicando outras e conseguimos um bom resultado”, conta.

A intervenção dos padres nas missas ajudou a restabelecer o estoque de alimentos na Ação Social. Patricia conta que, algumas pessoas que não conheciam o projeto anteriormente, passaram a se interessar e ligar para perguntar quais eram as principais necessidades.

A maioria do público atendido pela Ação Social é de moradores de rua e também pessoas que passam à noite no albergue municipal. “Fazemos um kit com macarrão, molho de tomate, café, leite, que eles conseguem fazer à noite. Pessoal do albergue não recebe todas as refeições, então damos um suporte”.

Cadastro para doações

Além de moradores de rua, a Ação Social também doa cestas básicas para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade financeira e ainda atendimento psicológico.

Para realizar o cadastro, é preciso apresentar identidade, CPF, carteira de trabalho ou comprovante de renda, certidão de nascimento das crianças, documentação das pessoas que moram junto e comprovante de endereço (conta de luz ou água no nome da pessoa ou declaração registrada em cartório).

“É feito um cadastro e as pessoas podem retirar a cesta básica a cada 30 dias. A gente deixa claro que não é garantido, mas estamos conseguindo”.

Por causa da pandemia, um novo sistema de doações de roupas foi criado. Quem precisar de peças, precisa informar à Ação Social qual a necessidade e vai receber uma data para ir até o local retirar.

“Ficou bem organizado. Estamos com um quadro de voluntários menor por causa da pandemia, algumas pessoas são do grupo de risco e estamos com uma equipe reduzida”.

Patricia pede para que as pessoas que doam roupas não usem a Ação Social como local para despejar peças velhas e inutilizáveis, e que mandem apenas o que realmente possa ser doado para facilitar o trabalho e a separação.

Atendimento

Quem quiser doar, pode ir até a Ação Social Paroquial de segunda a quinta-feira, das 13h30 às 16h30. O telefone é 47 3355 5556.


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