Após demolição do antigo Hotel Schneider, parte do material poderá ser reaproveitado; entenda
Limpeza total do terreno deve durar mais 30 dias
Limpeza total do terreno deve durar mais 30 dias
Após mais de um mês do início da demolição, os trabalhos no local do antigo Hotel Schneider devem durar mais 30 dias.
Construído em 1903, o prédio do antigo hotel começou a ser demolido no dia 11 de janeiro, após quase 120 anos de história.
O engenheiro responsável pela obra, Airton Diegoli, destaca que o processo de demolição teve todas as autorizações necessárias e foi realizado para preservar a segurança das pessoas que passam pelo local.
“Não fizemos a demolição como geralmente fazem nesses casos, na calada da noite. Não foi simplesmente para arrancar fora. Foi porque não existia mais segurança para manter o prédio. Corria o risco de acontecer algo pior”.
O imóvel estava interditado desde 2017, com tapumes protegendo a passagem pela calçada. “Mesmo com os tapumes, se o prédio caísse, com certeza invadiria a rua. O tapume não faria diferença”, diz.
De acordo com o engenheiro, por enquanto, não há nenhum plano para ocupar o terreno do antigo hotel. “Não existe nenhum projeto do que pode ser feito no terreno. Quisemos apenas resolver o problema de risco. O imóvel sofreu várias invasões de moradores de rua, que corriam muito risco ficando lá dentro”.
Diegoli explica que a empresa vai terminar de fazer a limpeza do terreno, trabalho que deve levar mais uns 30 dias.
O engenheiro destaca que todo o trabalho de demolição foi feito com muito cuidado, com o objetivo de preservar a maior parte do material. “Vamos conseguir reaproveitar tijolos, e alguma coisa de madeira que é de muita qualidade e não foi corroída por cupim”.
“Vamos colocar à venda todo o material de demolição que pode ser aproveitado. Também teremos alguma coisa de janela. Muita coisa foi roubada porque o prédio estava desocupado há muito tempo e as pessoas entravam pelos fundos e arrancavam as coisas fora. Não foi possível ter um controle sobre isso”.
O engenheiro afirma que o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (Comupa) tem um relatório completo com todas as técnicas construtivas do imóvel. Além disso, antes da demolição, foram feitas imagens de tudo, para ficar documentado.
“O sistema construtivo da época, para quem é engenheiro, professor, é muito interessante, e tivemos todo esse trabalho de documentar. Efetivamente, não existia nenhuma estrutura de concreto no prédio, a não ser as paredes de tijolo com barro e a madeira, que em sua maioria estava podre”.