Após 29 anos no Senai José Wanderley Cardoso deixará instituição
Diretor deixará o cargo no dia 16 do mês que vem
Após quase 30 anos no Senai de Brusque, José Wanderley Cardoso deixará a instituição. A data da saída já está marcada: 16 de outubro, quando ele completa o aniversário de nove anos na direção. Cardoso concedeu entrevista na qual conta como era a acanhada unidade de educação em 1986, quando ele chegou a Brusque para ser instrutor de mecânica, e o que mudou até agora.
O diretor diz que voltará para a sua cidade natal, Laguna, no Sul do estado, onde tocará outros projetos. “Há um ano, comecei a negociar a finalização do meu processo em Brusque, e na última semana acertamos a minha saída”, afirma. O processo de transição já está sendo feito, com o próximo diretor conhecendo a escola e a equipe de professores. Confira a entrevista de Cardoso sobre o seu tempo à frente do Senai.
Município Dia a Dia: Como o senhor chegou ao Senai?
José Wanderley Cardoso: Em 1986, me inscrevi num processo seletivo do Senai e fui classificado em primeiro lugar e pude escolher a cidade onde iria atuar. Escolhi Brusque por ser mais próxima da minha cidade natal, Laguna. Comecei como instrutor de mecânica e iniciei o desenvolvimento dos cursos nos períodos noturno e diurno. Ao mesmo tempo, fiz um curso superior de pedagogia, um curso superior em tecnologia de produção mecânica e uma pós-graduação em engenharia industrial, o que me deu suporte para aproveitar as oportunidades que a instituição proporciona.
MDD: Como o senhor chegou à direção do Senai?
Cardoso: Durante a minha estadia por aqui começaram a aparecer as oportunidades – com pessoas saindo e se aposentando. Logo em seguida, surgiu a oportunidade de assumir a supervisão da oficina dos laboratórios. Também surgiram projetos para desenvolver por aqui, porque não havia cursos técnicos. Com a ajuda de toda a equipe do Senai, nós desenvolvemos o segundo curso técnico de Santa Catarina. Fizeram em Joaçaba e aqui em Brusque, em 1989.
Em 2000, com a vinda dos cursos superiores em tecnologia, nós desenvolvemos um projeto em parceria coma Unifebe, lançamos o tecnólogo em eletromecânica. Tivemos muito sucesso e logo em seguida lançamos o curso superior em tecnologia em produção têxtil, até hoje temos este projeto, e também algumas pós-graduações. Em 2006, surgiu a oportunidade de ser o diretor da unidade, por uma fatalidade do diretor que me antecedeu. Nos primeiros três ou quatro meses como interino e depois me efetivaram. O dia 16 de outubro foi meu primeiro dia como diretor e o próximo dia 16 será o meu último.
MDD: Como será a transição?
Cardoso: O diretor da unidade já está nomeado e foi apresentado ao vice-presidente [regional da Fiesc, que administra o Senai] Ingo Fischer, que foi uma pessoa que me apoiou na direção da unidade nos investimentos e buscas de recursos. Para mim, está sendo uma finalização de transição, estou tendo um mês para fazer isto. Gostaria de agradecer a todos, vou retornar para a minha cidade natal, Laguna, e já tenho outros projetos.
MDD: Qual a principal marca que o Senai terá para você?
Cardoso: O que mais me marca é estar passeando no mercado e receber o reconhecimento de pessoas que passaram pela unidade de Brusque, receber um elogio de uma pessoa que está se dando bem em função daquilo que buscou na unidade de Brusque. Este é o maior reconhecimento que um profissional pode ter na sua vida profissional.
MDD: O que mudou desde a sua chegada?
Cardoso: Quando eu cheguei havia três blocos, construídos em 1971. Depois foram construídos os blocos C e B e o novo laboratório de serviços, o Lafite, porque antes ele funcionava dentro de um local menor. Em 1986, o número de matrículas que o Senai de Brusque formava era em torno de 200 ou 300. No final de 2014, chegamos a formar 5,5 mil matrículas em um ano. Então, fazendo uma retrospectiva de toda a história do Senai de Brusque, mais de 100 mil pessoas passaram por aqui, parte delas pela minha docência ou supervisão, e isto é motivo de muito orgulho.