Apesar do fim da greve dos funcionários de carros-fortes, bancos limitam dinheiro
Alguns ainda limitam o valor da retirada de dinheiro tanto no caixa eletrônico quanto no atendimento pessoal
Depois de cinco dias de braços cruzados, os funcionários das empresas de transporte de valores de Santa Catarina aceitaram a proposta de reajuste do salário e encerraram a greve. Ainda assim, alguns bancos de Brusque ainda não normalizaram completamente os saques nos caixas eletrônicos e no atendimento pessoal.
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No Santander do Centro, por exemplo, ainda não há previsão de quando normalizará o saque no atendimento pessoal. Até segunda-feira, 6, não havia valor algum para saque no local. Por outro lado, a retirada de dinheiro nos caixas eletrônicos já estava normalizada.
No HSBC do Centro, a retirada em ambas as modalidades deve se regularizar a partir de hoje. Até segunda-feira, os clientes apenas podiam sacar até R$ 2 mil. O Banco do Brasil, por sua vez, deve normalizar os saques ainda hoje. Até segunda-feira, somente eram permitidos saques no valor de R$ 500 nos caixas eletrônicos e de R$ 1 mil no atendimento pessoal.
Diferente dos outros bancos, o Bradesco e o Itaú – ambos localizados no Centro – já haviam normalizado os saques tanto no caixa eletrônico quanto no atendimento pessoal. As retiradas de dinheiro nos caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal do Centro também já haviam voltado ao normal. No atendimento pessoal, no entanto, a previsão é de que sejam normalizadas somente a partir de amanhã.
Reajuste
Vice-presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes de Valores de Santa Catarina (Sintravasc), Lídio Augusto Ignácio afirma que, ao todo, 1.500 funcionários de todos os setores das empresas de transporte de valores aderiram aos cinco dias de greve.
Segundo ele, os trabalhadores conseguiram reajuste de 10,5% nos salários e de 16% no vale alimentação (passou de R$ 25,00 por dia para R$ 29,00). O pedido inicial era de reajuste de 12,5% para o salário e de vale alimentação por R$ 30 ao dia.
“A gente sabia que era um ano difícil de negociação, ainda mais por causa da crise. Passamos isso para a categoria quando fizemos as primeiras assembleias. Não que seria impossível o reajuste, mas que seria difícil se igualar ao estado do Paraná, que há anos tentamos.
Infelizmente não veio, mas pelo menos não foi para dissídio. Porque se fosse, ganharíamos apenas o índice da inflação e poderíamos perder algumas coisas”, explica Ignácio.
Prejuízos
Com o limite no valor de saques na maioria dos bancos da cidade ao longo dos cinco dias, algumas empresas encontraram dificuldades para realizar o pagamento dos funcionários. O contador da AC Contabilidade, Beno Alcides Buttchevits, aconselhou os clientes a transferirem os valores para contas secundárias dos funcionários.
“Alguns dos nossos clientes não sabiam como iriam fazer com os salários. Para resolver isso, estou aconselhando eles a colherem o número da conta poupança ou de alguma outra conta dos funcionários e fazerem a transferência. Pelo menos resolve até tudo se normalizar”, diz.