Alta concorrência afeta mercado de fretes em Brusque
Diminuição da vinda de migrantes para o município prejudicou o setor
Desde que a situação econômica do país piorou, em 2015, o mercado de fretes de Brusque passa por mudanças. Pessoas do ramo contam que o número de fretistas tem aumentado, pois, sem serviço, muitos que têm furgões e caminhões passaram a fazer o transporte por conta própria.
A alta concorrência tem feito os fretistas de Brusque e Guabiruba enfrentarem realidades distintas. Enquanto alguns ficam com o caminhão parado por dias, outros têm bastante serviço.
Osmar Ferreira, do bairro São Pedro, em Brusque, faz parte do grupo que tem mais serviço. Ele trabalha levando mudanças não só dentro da cidade, mas para outros municípios de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
“Tem um pessoal voltando para Brusque e outros indo embora”, comenta Ferreira. O volume de gente saindo de Brusque é bastante grande, na avaliação do motorista. Ele conta que tem mudanças agendadas para Cascavel (PR), Assis (SP) e Guarujá (SP) nas próximas semanas.
Outro fretista autônomo que também tem conseguido se virar no mercado é Edson Luiz Rodrigues, de Guabiruba. Mas ele teve de manter o mesmo preço do frete para atingir o objetivo e pagar as contas.
“O mais importante é ter o caminhão pago”, resume o motorista autônomo. Ele diz que a procura pelo serviço dele tem sido razoável em 2017. Os clientes dele, em sua maioria, são moradores de Brusque e Guabiruba que mudam dentro da própria cidade.
Contramão
Já Edson José Heckert, do Santa Terezinha, diz que a procura por mudanças e fretes tem sido pequena neste ano. Ele trabalha com uma Ducato e não com caminhão, portanto, só faz serviços menores.
O perfil do cliente dele era de migrantes que vinham para Brusque. Segundo ele, muitos costumam mudar de endereço constantemente e o contratavam com regularidade.
Mas nos últimos tempos muitos foram embora, como relatado por Osmar Ferreira, e aí a clientela de Heckert caiu. Hoje, a demanda de serviço dele é de cerca de seis fretes por semana. O ideal seriam três a quatro por dia.
Valdir José Pinotti, também de Brusque, diz que o mercado “está bem ruim”. Ele havia sido entrevistado por O Município em 2015 sobre o mesmo tema e conta que, desde então, o cenário piorou.
Na avaliação do fretista, a crise financeira deixou a população sem dinheiro e, consequentemente, muitos deixaram de alugar. Segundo Pinotti, “está difícil de arrumar um frete por semana”.